Raphaela Santos Neves: Neuropsicologia na prática
Especialista analisa aumento expressivo de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e atrasos no desenvolvimento infantil.

Raphaela Santos Neves: Neuropsicologia na prática
Em meio ao aumento expressivo de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e atrasos no desenvolvimento infantil, a Análise do Comportamento Aplicada — conhecida pela sigla ABA, do inglês Applied Behavior Analysis — tem se consolidado como uma das abordagens mais eficazes para o acompanhamento terapêutico dessas crianças. Segundo dados recentes do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), portanto, 1 em cada 36 crianças americanas é diagnosticada com TEA, número que representa um salto significativo em relação aos últimos anos e reforça a urgência por intervenções baseadas em evidências.
É nesse cenário que a psicóloga e neuropsicóloga Raphaela Santos Neves vem aprofundando sua atuação com base na ABA, aliando sua formação clínica à especialização em Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo e Atrasos no Desenvolvimento, cursada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), uma das mais respeitadas do país na área. Com seis anos de experiência prática e assim, reconhecida como especialista em Neuropsicologia pelo CRP-SC, Raphaela tem observado resultados consistentes por meio de intervenções precoces e estruturadas com crianças em idade pré-escolar.
Por exemplo, “A ABA parte da análise científica do comportamento humano para construir estratégias individualizadas que ajudam a criança a desenvolver habilidades sociais, cognitivas e comunicativas”, explica a profissional. “Ela se baseia na observação sistemática, reforço positivo e na repetição planejada de comportamentos desejados para promover avanços reais no desenvolvimento infantil.”

Capacidade de aprendizagem
Estudos científicos corroboram a eficácia da abordagem. Uma revisão publicada no Journal of Autism and Developmental Disorders mostra que crianças com TEA submetidas a intervenções baseadas em ABA por pelo menos 20 horas semanais apresentam melhorias significativas em comunicação, interação social e desempenho acadêmico. Outro estudo, conduzido pela American Academy of Pediatrics, recomenda a ABA como a intervenção comportamental com maior base empírica disponível atualmente.
Com atuação clínica voltada à primeira infância, Raphaela ressalta que quanto mais cedo a intervenção começa, melhores são os resultados: “O cérebro da criança está em intensa plasticidade nos primeiros anos de vida. Por outro lado, é nesse período que conseguimos aproveitar ao máximo a capacidade de aprendizagem e adaptação”, diz.
Participação ativa da família
Além do tratamento do autismo, a ABA tem se mostrado eficaz em casos de atrasos no desenvolvimento global, dificuldades na linguagem, comportamentos desafiadores e transtornos do processamento sensorial. Além disso, a metodologia é aplicada em consultórios, ambientes escolares e também no domicílio, sempre com a participação ativa da família no processo terapêutico.
“A família é parte central do tratamento. Orientamos os pais para que aprendam a aplicar estratégias no dia a dia, criando um ambiente que favoreça o aprendizado contínuo da criança”, afirma Raphaela. “Pequenas mudanças nas rotinas domésticas podem ter impactos profundos no desenvolvimento e bem-estar da criança.”
Com uma abordagem baseada em dados, ética profissional e respeito ao ritmo de cada indivíduo, a Análise do Comportamento Aplicada se apresenta como uma ferramenta promissora não só para minimizar déficits, mas para promover qualidade de vida às crianças e suas famílias. “Ao contrário do que muitos pensam, a ABA não busca ‘corrigir’ ou ‘normalizar’ o comportamento da criança, mas sim ampliar suas possibilidades de comunicação, autonomia e interação com o mundo ao seu redor”, conclui Raphaela.
Diante de uma realidade em que cada vez mais famílias convivem com diagnósticos de TEA e outros desafios do neurodesenvolvimento, o acesso a intervenções qualificadas como a ABA torna-se essencial. Bem como, a formação de profissionais capacitados e a conscientização dos pais sobre os benefícios da terapia comportamental são passos decisivos para garantir um futuro mais inclusivo, funcional e respeitoso para todas as crianças.
Sobre a profissional:
Raphaela Santos Neves é psicóloga, graduada pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), com especialização em Neuropsicologia Clínica pelo Instituto Paranaense de Terapias Cognitivas (IPTC). Possui formação complementar em Primeira Infância: Saúde e Educação, além de Neurociências Aplicadas à Educação.
Com seis anos de experiência profissional, atua com foco em avaliação neuropsicológica e intervenção psicológica, desenvolvendo sólida expertise na avaliação e reabilitação de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa experiência foi especialmente consolidada durante sua atuação como Psicóloga Clínica no Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual (CER II) da UNIVALI.
Na sua carreira foi reconhecida como Especialista em Neuropsicologia pelo Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-SC). Atualmente, aprofunda seus estudos nas especializações em Terapia Cognitivo-Comportamental (IPTC) e em Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo e Atrasos no Desenvolvimento, pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).
Fotos: Freepik / Divulgação
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