Cirurgião Alexander Nassif,membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Mamoplastia e câncer de mama
Os seios têm uma representação simbólica para a mulher. Eles estão relacionados a elementos do universo feminino, como maternidade, autoestima e sexualidade. Não por acaso, um dos procedimentos mais procurados no consultório de cirurgia plástica é a mamoplastia. Seja para aumentar o volume ou reduzir medidas, um grande número de mulheres passa pela intervenção estética em busca de harmonia e melhor aceitação do próprio corpo. É compreensível, portanto, que uma cirurgia de retirada dos seios, em razão do câncer de mama, provoque um forte abalo psicológico e emocional.
Durante todo este mês, diversos setores da sociedade se mobilizam em campanhas e debates para falar sobre o câncer de mama e a importância do diagnóstico e tratamento precoces. Como complemento ao Outubro Rosa, é essencial falarmos também sobre as opções que a mulher tem para reconstruir os seios, caso seja necessário passar pela cirurgia de mastectomia (retirada da mama) para remover o tumor.
Atualmente, o mais comum é que a cirurgia plástica seja feita em conjunto com a cirurgia de retirada do tumor. Durante o mesmo procedimento é possível tratar o câncer e já realizar o remodelamento mamário. Muitos médicos recomendam a associação dos dois procedimentos para aproveitar o momento da cirurgia e facilitar a recuperação da paciente. Nos casos em que isso não é possível, ou não seja da vontade da paciente, é possível se recuperar do procedimento oncológico primeiro e só depois pensar na reconstrução.
O tipo de cirurgia plástica que será realizada vai depender da quantidade de tecido mamário e gordura removidos por causa do tumor. Nos casos em que foram preservadas quantidades de pele e gordura suficientes, é possível utilizar apenas uma prótese de silicone para a reconstrução.
Em outros casos, é necessário utilizar parte do tecido abdominal como um retalho para fazer a reconstrução, mantendo irrigação sanguínea no local, ou um tecido das costas e uma parte da musculatura dorsal, em conjunto com um implante de silicone.
Outra opção, quando há uma grande retirada de pele e gordura, é colocar um implante expansor, que vai sendo preenchido gradualmente e vai estimular o crescimento da pele. Quando a mama alcança o volume adequado, o expansor é retirado e dá lugar a uma prótese de silicone definitiva. É possível também reconstruir a aréola e o mamilo, caso eles sejam retirados na mastectomia.
Nos casos em que a cirurgia de retirada do tumor é realizada em apenas um dos seios, também é possível operar a outra mama para que haja simetria e o resultado final seja ainda mais satisfatório.
A mulher diagnosticada com câncer de mama, ou que já está passando pelo tratamento, precisa ser forte o suficiente para enfrentar muitos desafios e talvez a estética não esteja na lista de prioridades. Entretanto, para aquelas que precisaram fazer a mastectomia, as cicatrizes e a ausência do seio podem abalar sua autoestima e afetar o convívio social. Assim, a reconstrução mamária vai muito além da estética e passa a ser um fator importante para a saúde psicológica desta mulher.
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Acessória: Rodrigo Oliveira