Inovação e sustentabilidade no mercado da construção civil
A combinação de métodos de construção inovadores e práticas sustentáveis tem se mostrado essencial para atender às demandas de maneira eficiente e responsável.
Inovação e sustentabilidade no mercado da construção civil
O setor de construção civil desempenha um papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico global. Nos últimos anos, o foco em habitação acessível tornou-se prioridade tanto para governos quanto para empresas privadas, impulsionado pela crescente demanda populacional e pela necessidade de combater a desigualdade habitacional. Neste contexto, a combinação de métodos de construção inovadores e práticas sustentáveis tem se mostrado essencial para atender a essas demandas de maneira eficiente e responsável.
De acordo com um relatório da McKinsey & Company, a falta de habitações acessíveis afeta mais de 1,6 bilhão de pessoas globalmente, representando um dos maiores desafios urbanos contemporâneos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a escassez é igualmente alarmante: estima-se que existam 7 milhões de unidades habitacionais a menos para famílias de baixa renda, segundo a National Low Income Housing Coalition (NLIHC). Essa lacuna é exacerbada pelos altos custos de terrenos, materiais e mão de obra, além da burocracia para aprovações regulatórias.
Métodos de construção inovadores
Os avanços tecnológicos estão remodelando a maneira como as habitações são planejadas e construídas. Entre os métodos mais promissores estão a construção modular e prefabricada, um método que envolve a produção de módulos habitacionais em fábricas e sua posterior montagem no local da construção. Relatórios da Markets and Markets indicam que o mercado global de construção modular deve crescer a uma taxa anual de 6,5% até 2027, devido à sua eficiência em custos e tempo.
Outro método é a Impressão 3D, que tem o potencial para reduzir significativamente os custos de construção ao utilizar materiais como concreto e bioplásticos para criar estruturas habitacionais em poucos dias. Empresas como a ICON já aplicaram essa tecnologia nos EUA, construindo residências acessíveis e sustentáveis por menos de US$ 10.000 cada.
Da mesma forma, edifícios inteligentes incorporam sensores e tecnologias de automação em habitações acessíveis, o que melhora a eficiência energética e reduz os custos de manutenção a longo prazo. De acordo com a Statista, o mercado de edifícios inteligentes está projetado para atingir US$ 127 bilhões até 2027.
A construção sustentável é uma demanda global
De fato, cada vez mais o mercado está percebendo que a sustentabilidade na construção civil é mais que uma tendência, é uma necessidade urgente diante da crise climática. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o setor de construção seja responsável por cerca de 38% das emissões globais de CO₂. Nesse contexto, práticas sustentáveis são indispensáveis para minimizar o impacto ambiental.
O uso de materiais reciclados e renováveis, como aço e madeira, reduz os resíduos de construção e diminui a demanda por recursos naturais. Similarmente, projetos que geram tanta energia quanto consomem, como edifícios de energia zero, estão se tornando uma realidade viável. Exemplos incluem o uso de painéis solares e isolamento térmico avançado. Além disso, a gestão inteligente de resíduos, por meio de sistemas de gestão que separam e reciclam os resíduos da construção, ajudam a reduzir o impacto ambiental.
Benefícios econômicos e sociais da habitação acessível
Tendo em vista que a sustentabilidade o custo acessível para moradia são prioridade no setor da construção civil, defendo que investir em habitação acessível não só atende a uma necessidade humanitária, mas também gera impactos econômicos significativos.
Para se ter uma ideia, estudos da Harvard Joint Center for Housing Studies mostram que cada dólar investido na construção civil gera cerca de US$ 1,30 em atividade econômica. Além disso, comunidades com acesso a habitações acessíveis experimentam melhorias em saúde, educação e segurança, promovendo o desenvolvimento social.
Por isso, acredito que o futuro da habitação acessível depende da integração de métodos de construção inovadores e práticas sustentáveis. Empresas e governos devem trabalhar juntos para superar desafios e implementar soluções escaláveis e eficientes.
Como mencionado anteriormente, o uso de tecnologias como construção modular, impressão 3D e edifícios inteligentes, aliado a uma abordagem sustentável, tem o potencial de transformar o setor da construção civil, atendendo à crescente demanda por moradia e promovendo um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade. Ao unirmos inovação e responsabilidade, será possível enfrentar o déficit habitacional global e construir um futuro mais justo e sustentável para todos.
Sobre o autor:
João Antunes Junior, engenheiro civil formado pela FUMEC, lidera a direção estratégica da Construtora Fórmula, supervisionando operações, desenvolvimento de negócios, expansão do portfólio de projetos e liderança executiva. Com uma carreira de quase 20 anos, assim, acumulou experiência na Construtora MRV, onde supervisionou projetos de construção e, como gerente regional, coordenou múltiplos projetos e equipes de engenharia e construção.
Fotos: Freepik / Divulgação
Por: João Antunes Junior
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