Saúde e Bem-Estar

Distonia: conheça a doença que afeta cerca de 65 mil brasileiros

Neurocirurgião do Hospital das Clínicas, Dr Kleber Duarte, explica o que é a doença que pode atingir diferentes partes do corpo

Distonia: conheça a doença que afeta cerca de 65 mil brasileiros

Antes de mais nada, maio é o mês da conscientização da distonia, em homenagem ao dia criado pela presidente do Instituto Distonia Saúde, Nilde Soares, que luta  há anos contra a distonia cervical idiopática.

As Distonias são distúrbios neurológicos que afetam o  movimento e são caracterizadas por contrações musculares sustentadas ou intermitentes. Produz, inclusive,  anormalidades dos movimentos, alterações nas posturas corporais, ou ambos.

Segundo o Ministério da Saúde, há cerca de 65 mil casos de distonia diagnosticados no Brasil e estima-se que há, no mundo, aproximadamente,  sete mil casos para cada milhão de habitantes. O maestro João Carlos Martins, que possui uma forma de distonia nas mãos, é o caso mais conhecido do país.

A distonia é com frequência iniciada ou exacerbada por movimento ou postura, e associada a transbordamento da ativação muscular. Ela acomete apenas algumas partes do corpo, como, por exemplo: mãos, face ou membros inferiores – as chamadas distonias focais; Ou, ainda, diversas partes do corpo, como uma metade do corpo, a cabeça e pescoço, ou então as chamadas de distonias generalizadas que acometem todo o corpo.

Neurocirurgião do Hospital das Clínicas:

 De acordo com o neurocirurgião do Hospital das Clínicas, Dr Kleber Duarte, a distonia  é uma doença que surge de forma gradativa, pode começar como um discreto tremor ou câimbra. Outras vezes, surgem como reação a algum medicamento específico ou intoxicação e  pode ser de origem genética.

 “O diagnóstico depende de um relato completo da história clínica, de um bom exame físico e neurológico e de exames complementares. Em casos específicos, o médico solicita um teste genético”, explica o especialista.

 Segundo o neurocirurgião, a doença pode ser tratada com cirurgia. “Operamos uma média de 20 casos por ano. Tratamos centenas de doentes com distonia. Há desde cirurgia em músculos, nervos, medula, até DBS e implante de bomba para infusão de medicamentos no Sistema Nervoso Central”, informa.

Dr Kleber Duarte Foto acervo pessoal/Divulgacao
Dr Kleber Duarte Foto: acervo pessoal/Divulgação

Tratamento:

O tratamento inclui fisioterapia, terapia ocupacional, psicoterapia, uso de medicamentos, injeções de toxina botulínica e cirurgias.

A saber, como há diversas causas de distonias, a idade de início é muito variada, mas geralmente surge em pessoas jovens; mais jovens do que no Parkinson, por exemplo. Pode surgir na primeira infância, como as provocadas por eventos durante a gravidez e o parto, bem como os casos de origem genética e herdados. Mas há formas de distonia, como a cãimbra de escrivão, por exemplo, que surgem na idade adulta.

Importância do diagnóstico precoce

Segundo o neurocirurgião, o diagnóstico deve ser feito assim que os primeiros sinais e sintomas surgem e por isso a relevância  da conscientização da doença. “Não devemos esperar que uma doença piore para tratá-la. Geralmente as distonias generalizadas se iniciam como contraturas musculares focais. Isso pode surgir na infância. Há alguns medicamentos cujo uso contínuo podem provocar distonia, como por exemplo, os remédios usados para tratar vômitos e alguns antipsicóticos”, explica.

Enfim, a  distonia causa sofrimento e altera a imagem corporal de quem a possui. Além disso,  também causa dor e dificuldades para execução de tarefas ou mesmo se alimentar, por isso é importante que o médico faça o  diagnóstico e  tratamento.

Foto Valelopardo/Pixabay (capa)  e  Dr Kleber Duarte Foto: acervo pessoal/Divulgação

Fonte: Maria Pericás
Assessoria de Imprensa

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Cristina Aguilera

Cristina Aguilera é jornalista com pós graduação em Mídias na Educação pela Universidade de São Paulo (USP) . Foi repórter de tv, rádio, revista, assinou colunas de Turismo e Moda. É co autora do livro “ A educação contada pela imprensa” junto com Cesar Callegari. Adora moda, turismo, educação, literatura, designer e cultura.

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