Como imóveis acessíveis e sustentáveis podem transformar o mercado imobiliário
Crise de moradia nos Estados Unidos se tornou um dos grandes desafios sociais e econômicos do país.

Como imóveis acessíveis e sustentáveis podem transformar o mercado imobiliário
A crise de moradia nos Estados Unidos já não é novidade — mas se tornou, nos últimos anos, um dos grandes desafios sociais e econômicos do país. Com um déficit habitacional estimado em até 5,5 milhões de unidades, o problema ultrapassa questões de planejamento urbano e escancara desigualdades que afetam milhões de americanos. Diante desse cenário, cresce o debate sobre a necessidade de investir em construções acessíveis e sustentáveis como estratégia de transformação não só do mercado imobiliário, mas da vida nas cidades.
A escassez de moradias, impulsionada por anos de subprodução, custos crescentes de construção e uma demanda reprimida por parte da população de baixa e média renda, atinge especialmente estados como a Califórnia, onde o desequilíbrio entre oferta e demanda é particularmente evidente. Em 2023, por exemplo, o estado produziu menos da metade das unidades necessárias para atender sua população — o que ajuda a explicar a disparada nos preços dos aluguéis e o crescimento de pessoas em situação de vulnerabilidade habitacional.
Portanto, neste contexto, soluções sustentáveis e acessíveis ganham cada vez mais espaço entre especialistas, investidores e empreendedores do setor. E não se trata apenas de um idealismo ambiental: estamos falando de uma resposta pragmática e eficaz para um problema real.

Consumo de energia e manutenção
A construção sustentável, por exemplo, tem se mostrado uma aliada poderosa. Edifícios projetados com foco na eficiência energética, no reaproveitamento de materiais e no uso de recursos naturais de forma consciente apresentam, além de menor impacto ambiental, uma redução considerável de custos operacionais a longo prazo. De acordo com relatórios da indústria, esses imóveis podem alcançar uma valorização de mais de 9% em relação aos convencionais, além de gerarem economias expressivas em consumo de energia e manutenção.
Por outro lado, a acessibilidade financeira na construção não precisa ser incompatível com a qualidade. Modelos construtivos mais enxutos, uso de componentes pré-fabricados e processos otimizados permitem baixar os custos sem comprometer a segurança ou o conforto dos moradores. Por exemplo, com essas técnicas, cada vez mais comuns em países da Europa e em estados americanos com políticas habitacionais ativas, também podem ser adaptadas para contextos de reconstrução — como no caso de áreas afetadas por desastres naturais, como os frequentes incêndios florestais da Costa Oeste.
Empreendedores atentos a esse novo momento do mercado vêm apostando em projetos com esse perfil. Por outro lado, as Iniciativas que visam melhorar esse gargalo têm o potencial de gerar impactos positivos em diversas frentes: além de ampliar o acesso à moradia, fomentam a economia local, estimulam a cadeia produtiva da construção civil e ajudam a modernizar um setor ainda muito resistente à inovação.
A crise habitacional nos Estados Unidos exige respostas à altura de sua complexidade — e isso inclui repensar modelos de negócios, práticas construtivas e políticas públicas. Apostar na construção de moradias acessíveis e sustentáveis não é apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente. O mercado já começou a perceber isso. A sociedade, cada vez mais, também.
Conheça o autor:
Paulo Eduardo Florio Morad é bacharel em Administração pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e está cursando MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Possui experiência internacional acadêmica e cultural na Universidad Antonio de Nebrija, em Madri, Espanha, e na Rancho Cotate High School, na Califórnia, EUA.
Atua há mais de 17 anos na área de administração de empresas, com ênfase no setor da construção civil nos últimos 13 anos, período em que desenvolveu competências técnicas e estratégicas em gestão empresarial. Desde 2011, dedica-se ao empreendedorismo e à gestão de patrimônio imobiliário pessoal, com foco na administração de carteiras de imóveis para locação.
Fotos: Freepik / Divulgação
Por: Paulo Eduardo Florio Morad
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