Transformação digital na gestão de recebíveis
Como a automação está revolucionando o setor financeiro.

Transformação digital na gestão de recebíveis
Nos últimos anos, temos testemunhado uma verdadeira revolução silenciosa no setor financeiro: a automação da gestão de recebíveis. Esse processo, que envolve desde a emissão de faturas até a distribuição de pagamentos, deixou de ser uma tendência e passou a ser uma necessidade estratégica para empresas de todos os portes.
Seja em grandes companhias ou em negócios de menor escala, a eficiência operacional passou a depender diretamente da capacidade de integrar tecnologia às rotinas financeiras. E, nesse cenário, a automação, além de reduzir custos, também garante mais segurança, agilidade e conformidade regulatória.
A dor da gestão manual de recebíveis
Quem já precisou emitir faturas, acompanhar boletos ou realizar conciliações bancárias sabe o quanto esse processo pode ser trabalhoso. Um relatório recente da PwC Brasil apontou que mais de 60% das empresas ainda gerenciam recebíveis de forma parcialmente manual, o que contribui para erros, atrasos e falta de controle financeiro.
Além do retrabalho, a gestão manual também impacta diretamente no fluxo de caixa — um dos pilares da saúde financeira de qualquer organização. Atrasos na cobrança e falhas na conciliação bancária comprometem a previsibilidade e podem gerar prejuízos consideráveis.
A boa notícia é que a tecnologia tem avançado a passos largos, oferecendo soluções robustas e acessíveis para automatizar cada etapa da gestão de recebíveis.
Plataformas de gestão financeira com uso de inteligência artificial e integração bancária já permitem, por exemplo, emissão automática de faturas e boletos, com campos preenchidos com base em dados do cliente e do contrato. Também já é possível fazer o envio automático para o cliente, com lembretes por e-mail ou SMS para evitar inadimplência.
Além disso, pode-se fazer conciliação em tempo real, que compara o que foi faturado com o que foi efetivamente pago, assim como relatórios inteligentes, que ajudam na tomada de decisões e na projeção do fluxo de caixa.
Essas funcionalidades economizam tempo e reduzem significativamente o risco de erro humano e garantem que todas as etapas sigam as diretrizes de conformidade fiscal exigidas pelos órgãos reguladores.

Conformidade regulatória: uma prioridade estratégica
Um ponto muitas vezes negligenciado pelas empresas é a conformidade com as exigências fiscais e regulatórias, especialmente na emissão de notas fiscais e boletos bancários. Com a adoção da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e a obrigatoriedade de usar boletos registrados pela Febraban, as empresas precisam garantir que suas operações estejam alinhadas às normas da Receita Federal e do Banco Central. Qualquer falha nesse processo pode acarretar multas ou bloqueios bancários.
As soluções automatizadas ajudam a eliminar esse risco, pois são atualizadas de forma contínua conforme as regras tributárias e bancárias evoluem. Dessa forma, o empresário pode se concentrar no que realmente importa: crescer o negócio com segurança.
Outro avanço importante está na distribuição inteligente dos pagamentos recebidos. Com o uso de algoritmos e inteligência de dados, as fintechs estão conseguindo ir além do simples repasse de valores. Hoje, já é possível:
- Priorizar pagamentos com base em vencimento ou custo;
- Direcionar recursos para contas diferentes automaticamente;
- Realizar liquidação financeira de maneira estratégica, reduzindo custos operacionais;
- Integrar os recebíveis diretamente ao sistema de gestão (ERP), garantindo rastreabilidade total.
Essa abordagem, que antes era restrita a grandes bancos e multinacionais, hoje está disponível também para médias e pequenas empresas, graças ao avanço do open finance e das APIs bancárias.
O impacto real nos negócios
De acordo com um levantamento da ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs), empresas que adotam soluções de automação na área financeira conseguem reduzir em até 70% o tempo gasto com tarefas operacionais. Além disso, observam uma queda de até 30% na inadimplência, graças ao controle mais preciso e ao envio automático de lembretes de cobrança.
Esse impacto positivo não se reflete somente nos números, mas na cultura organizacional. O time financeiro deixa de ser visto como um centro de custo e passa a atuar como parceiro estratégico do negócio.
Conclusão
A automação da gestão de recebíveis, aliada à conformidade regulatória e à distribuição inteligente de pagamentos, está redesenhando a forma como lidamos com as finanças empresariais. O que antes era burocrático e propenso a falhas agora pode ser automatizado, com mais controle, previsibilidade e segurança.
Para as empresas que desejam crescer de forma sustentável e competitiva, investir em tecnologia financeira deixou de ser uma opção. É uma decisão estratégica — e, muitas vezes, o diferencial entre prosperar ou ficar para trás.
Conheça o autor:
Carlos André Cardoso dos Santos é bacharel em Ciência da Computação pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e possui uma sólida trajetória de mais de 25 anos no setor de tecnologia. Ao longo de sua carreira, atuou no desenvolvimento de sistemas e na gestão de dados para empresas nacionais de diversos segmentos, incluindo rastreamento via satélite, saúde, governo e, com maior ênfase, o setor financeiro.
Especialista em gestão de Tecnologia da Informação (TI), Carlos André também se destaca pela sua atuação em engenharia de dados no setor bancário e financeiro, onde trabalhou com grandes volumes de dados e plataformas em nuvem. Além disso, possui experiência relevante como cientista de dados, com projetos voltados à área da saúde e à administração pública municipal.
Com ampla vivência em gestão de TI, consolidou conhecimentos em boas práticas, governança, segurança da informação e compliance, contribuindo para resultados sustentáveis e alinhados aos objetivos estratégicos das organizações.
Fotos: Freepik / Divulgação
Por: Carlos André Cardoso dos Santos
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