Transformação da logística e da cadeia de suprimentos
Mercado enfrenta avanços, desafios e precisamos entender o papel da tecnologia no setor.

Transformação da logística e da cadeia de suprimentos
Ao longo de quase duas décadas atuando na área de logística, suprimentos e planejamento financeiro, acompanhei de perto como o setor se transformou, e hoje vivo o desafio e o privilégio de contribuir para essa evolução, agora com foco no mercado norte-americano. A logística deixou de ser um simples meio de transporte e armazenagem para se tornar um elemento estratégico capaz de decidir o sucesso ou o fracasso de uma empresa, especialmente em setores críticos como energia e combustíveis.
Nos Estados Unidos, a logística representa cerca de 8,8% do PIB, com gastos estimados em mais de US$ 2,5 trilhões em 2024. Isso demonstra o peso econômico do setor, mas também evidencia seus desafios estruturais. Quem trabalha com transporte de cargas sabe que os gargalos logísticos, os congestionamentos em corredores estratégicos e a falta de integração entre modais geram custos bilionários. Estudos apontam que o impacto de congestionamentos, por exemplo, pode chegar a US$ 109 bilhões ao ano só em custos extras com combustível, tempo e manutenção.
O crescimento explosivo do e-commerce nos últimos anos adicionou uma nova camada de complexidade. O consumidor exige entregas rápidas, rastreáveis e confiáveis, e isso pressiona toda a cadeia de suprimentos a se reinventar. Para atender a esse padrão, empresas precisam investir em redes de distribuição mais densas, centros de fulfillment automatizados e tecnologia capaz de fornecer visibilidade em tempo real de estoques e rotas.

Ao mesmo tempo, há uma demanda crescente por sustentabilidade. Em um setor historicamente intensivo em combustíveis fósseis, reduzir emissões de carbono deixou de ser um diferencial para se tornar uma obrigação. A transição energética, com o avanço dos biocombustíveis, do hidrogênio e das baterias, também cria cadeias de suprimentos novas, que precisam ser pensadas do zero em termos de custos, viabilidade e regulamentação.
Minha experiência no Brasil, onde atuei em duas das três maiores empresas de óleo e gás, sempre me mostrou que um bom planejamento logístico pode significar milhões de dólares em economia. Essa lógica de planejamento orientado por dados e modelagem financeira é exatamente no que acredito.
As ferramentas disponíveis hoje são extremamente poderosas. Soluções de Business Intelligence, como Power BI, permitem criar dashboards gerenciais com indicadores financeiros e operacionais em tempo real. Plataformas de otimização avançada, como AIMMS, possibilitam simular cenários logísticos, modelar redes de transporte e identificar economias de CAPEX e OPEX com alto grau de precisão.
Acredito firmemente que a integração dessas tecnologias com um entendimento profundo do negócio, especialmente em setores regulados como energia, é o caminho para construir cadeias de suprimentos mais resilientes, econômicas e alinhadas às metas ambientais.
Olhando para frente, acredito que os próximos anos serão de redefinição completa das cadeias de suprimentos. Quem conseguir combinar eficiência operacional, tecnologia de ponta e compromisso com a sustentabilidade terá uma vantagem competitiva inquestionável. Minha missão é ajudar empresas a trilhar esse caminho com planejamento técnico, responsabilidade e visão de longo prazo.
Em um setor onde cada minuto conta, cada quilômetro tem custo e cada tonelada de CO₂ importa, logística não é mais um custo a ser cortado: é um investimento estratégico para construir o futuro.
Conheça o autor:
Victor Antunes Peçanha de Souza possui mais de 18 anos de experiência em gestão de projetos de infraestrutura logística, análise de mercado, modelagem financeira e negociação estratégica, com passagem por duas das três maiores empresas do setor de Óleo & Gás no Brasil.
É bacharel em Administração pela Universidade Cândido Mendes, pós-graduado em Finanças e Gestão Corporativa e possui MBA em Gestão Financeira: Controladoria e Auditoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). Também conta com especialização em Análise de Viabilidade de Projetos (FGV-RJ), curso de extensão em Gestão de Projetos e Negociação (PUC-RJ) e certificação em Power BI.
É membro ativo do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ) e alia sólida formação acadêmica à prática de conduzir projetos estratégicos com foco em eficiência, inovação e resultados.
Fotos: Freepik / Divulgação
Por: Victor Antunes Peçanha de Souza
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