Solar da Marquesa de Santos inaugura exposição
Exibição rememora e reflete a formação do acervo de bens móveis do Museu da Cidade, no contexto histórico do restauro da Casa do Bandeirante e das festividades do IV Centenário da Cidade de São Paulo em 1954
Solar da Marquesa de Santos inaugura exposição
O Museu da Cidade de São Paulo inaugura no Solar da Marquesa de Santos a exposição “Do Cenário ao Museu” com curadoria de Gabriela Rios.
A abertura acontece hoje, dia 23 de março de 2019, sábado, às 11 horas, inclusive com entrada franca.
De certo, a mostra exibe cerca de 72 itens da coleção de bens móveis adquiridos para recompor o ambiente da Casa do Bandeirante em 1954, simultaneamente ao seu restauro, em diálogo com as fotografias históricas do evento.
As peças exibidas destacam-se pela beleza do fazer manual, pela robustez da madeira maciça, tão rara atualmente.
Ao mesmo tempo em que denotam a rusticidade e também a simplicidade dos tempos antigos, com pequenos itens do cotidiano.
A inauguração da Casa do Bandeirante – que, inclusive, assim como o Solar da Marquesa de Santos, integra o acervo arquitetônico do Museu da Cidade – marcou o encerramento dos festejos dos 400 anos da cidade de São Paulo.
Com o intuito de celebrar a data com grandiosidade e, mais do que isso, reescrever a história do Brasil pautada nessa perspectiva paulista, a elite paulistana juntou-se, portanto, a um seleto grupo de jornalistas e também intelectuais da época para constituir a Comissão do IV Centenário de São Paulo, responsável pelo financiamento e organização de todos os eventos oficiais relacionados às festividades que se alongaram por todo o ano de 1954.
Protagonismo:
A fim de afirmar o protagonismo de São Paulo na história do Brasil, a chave de leitura escolhida naquela ocasião foi a definição das nossas fronteiras através das bandeiras, indo ao encontro dos “tempos modernos” então vivenciados pela sociedade paulistana que transitava de cidade agrícola para industrial.
Enfim, a mostra propõe uma reflexão sobre os mitos e também tradições que construímos dentro de uma determinada visão de mundo.
Além disso, também em um contexto passado e sobre como podemos ressignificá-la no tempo presente.
Solar da Marquesa de Santos
Uma das unidades do Museu da Cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura.
O Solar da Marquesa de Santos é, portanto, o último sobrado construído em taipa na cidade de São Paulo.
Partindo do Páteo do Colégio, os primeiros povoadores passaram a ocupar os terrenos vizinhos, construindo suas moradias e também formando as primeiras ruas da cidade. Na Rua do Carmo (hoje Rua Roberto Simonsen nº 136) localiza-se, portanto, o Solar da Marquesa de Santos.
Raro exemplar de residência urbana do século XVIII. A Marquesa de Santos, Domitila de Castro Canto e Melo, foi proprietária entre 1834 e 1867.
A partir de então, tornaram-se famosas as festas ali realizadas e o imóvel ficou conhecido como Palacete do Carmo. Era, inclusive, uma das residências mais aristocráticas de São Paulo.
Palácio Episcopal:
Mais adiante, em 1880, o imóvel foi arrematado pela Mitra Diocesana que ali instalou o Palácio Episcopal e também introduziu modificações no local. Entre elas, a construção de uma capela e também uma cripta sob o altar-mor.
É dessa fase, provavelmente, a inclusão de características neoclássicas em sua fachada principal.
Em 1909, o imóvel foi, enfim, adquirido pela The São Paulo Gaz Company que nele instalou o seu escritório.
Novas adaptações foram realizadas em sua estrutura que também foi ampliada neste momento.
Em 1967, a Companhia Paulista de Gás foi desapropriada e, portanto, todos os seus imóveis passaram à Prefeitura.
Em 1975, já incorporado ao patrimônio municipal, o Solar foi sede da Secretaria Municipal de Cultura.
Os diferentes usos e adaptações sucessivas levaram, portanto, à descaracterização do imóvel, exigindo sua recuperação, que teve início em 1991.
As pesquisas que embasaram o projeto e também as obras de restauração revelaram não ser possível reconstituir qualquer estágio de construção dentre os vários pelos quais passou o Solar.
Deste modo, o restauro realizado procurou preservar e destacar elementos de suas várias etapas construtivas, entre elas, por exemplo: a conservação dos amplos ambientes do andar térreo, resultantes das diversas demolições, a preservação no pátio interno de vestígios remanescentes da calçada do século XVIII e também a demolição de intervenções da década de 1960.
Paredes de taipa:
O pavimento superior conserva até hoje paredes de taipa de pilão e pau-a-pique do século XVIII.
Mantém as características ambientais das intervenções do século XIX, como, por exemplo, forros apainelados, pinturas murais e artísticas, pisos assoalhados, entre outras.
Trechos de diversas paredes foram deixados aparentes, com o intuito de informar sobre as antigas e as novas técnicas construtivas encontradas no Solar, como a taipa de pilão, o pau-a-pique, a taipa francesa e também a alvenaria de tijolos.
Quanto ao tratamento dado à fachada, optou-se por conservar sua feição neoclássica, já incorporada, portanto, à paisagem do centro.
O Solar da Marquesa de Santos abriga atividades museológicas e também a sede do Museu da Cidade de São Paulo.
Serviço:
Exposição: “Do Cenário ao Museu”
“A formação da Coleção de Bens Móveis do Museu da Cidade, o restauro da Casa do Bandeirante e o IV Centenário de São Paulo”
Curadoria: Gabriela Rios
Abertura: sábado, dia 23 de março de 2019, às 11 horas
Local: Solar da Marquesa de Santos
Endereço: Rua Roberto Simonsen nº 136, Sé. São Paulo – SP
Telefone: (11) 3241-1081
Visitação: de terça a domingo, das 9h às 17h
Visitas guiadas: educativomuseudacidade@gmail.com
Entrada franca
Saiba mais: http://www.museudacidade.prefeitura.sp.gov.br/
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