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Ruptura (Severance): Análise do Episódio 3, Temporada 2

Em "Quem Está Vivo?", a série aprofunda os arcos dos personagens e introduz novos mistérios inesperados

No terceiro episódio da segunda temporada de Ruptura (Severance), intitulado “Quem Está Vivo?”, a série aprofunda os arcos dos personagens e introduz novos mistérios que enriquecem a narrativa. Este capítulo destaca-se pela complexidade emocional e pelas revelações que desafiam as percepções dos espectadores.

Leia também: Ruptura (Severance): Análise do Episódio 1, Temporada 2

No terceiro episódio da segunda temporada de Ruptura (Severance), intitulado “Quem Está Vivo?”, a série aprofunda ainda mais os mistérios da Lumon Industries, oferecendo revelações intrigantes e desenvolvimentos significativos nos arcos dos personagens. Este episódio destaca-se pela introdução de novos elementos que enriquecem a narrativa e provocam reflexões profundas sobre identidade, controle corporativo e a natureza da realidade.

Exploração do Departamento de Nutrição Mamífera: O Enigma das Cabras

Uma das cenas mais enigmáticas deste episódio ocorre quando Mark S. (Adam Scott) e Helly R. (Britt Lower) decidem explorar áreas desconhecidas da Lumon. Eles se deparam com o Departamento de Nutrição Mamífera, uma vasta sala repleta de cabras vivas, cuidadas por funcionários que parecem alheios à estranheza da situação. A presença dessas cabras levanta várias questões sobre seu propósito dentro da empresa.

Algumas teorias sugerem que as cabras podem estar relacionadas a experimentos genéticos ou simbologias internas da Lumon. A criação de cabras em um ambiente corporativo pode simbolizar sacrifício ou pureza, indicando possíveis práticas ritualísticas ou experimentais da empresa. Além disso, a reação dos funcionários ao serem questionados sobre as cabras indica um nível de condicionamento ou lavagem cerebral, sugerindo que eles foram treinados para aceitar situações absurdas sem questionamento.

A Reintegração de Mark: Confrontando a Dualidade da Consciência

Paralelamente, Mark decide se submeter a um processo experimental de reintegração com a ajuda da Dra. Reghabi (Karen Aldridge), uma ex-cirurgiã da Lumon que agora trabalha contra a empresa. Este procedimento visa fundir suas memórias de “innie” e “outie”, permitindo-lhe acessar a totalidade de suas experiências. No entanto, o processo resulta em uma fusão caótica de memórias, causando um colapso psicológico que coloca em risco sua sanidade.

Esta tentativa de reintegração destaca os perigos de manipular a consciência humana e levanta questões éticas sobre os limites da intervenção corporativa na mente dos funcionários. A falha do procedimento sugere que a separação imposta pela Lumon pode ter consequências irreversíveis, e que a busca pela totalidade da identidade pode ser mais perigosa do que se imaginava.

Seth Milchick e as Pinturas de Kier Eagan: Confrontando a História Reescrita

Seth Milchick (Tramell Tillman), um dos funcionários mais leais da Lumon, recebe um conjunto de pinturas do fundador da empresa, Kier Eagan, retratado como um homem negro. Além disso, esta revelação abala Milchick, levando-o a questionar a narrativa oficial da empresa e sua própria identidade dentro dela.

Mas a decisão da Lumon de retratar seu fundador de maneira diferente do que é historicamente conhecido pode indicar uma tentativa de reescrever sua própria história para se alinhar a agendas contemporâneas ou manipular a percepção dos funcionários. Então a reação de constrangimento (compreensível) de Milchick sugere que mesmo os funcionários mais leais não estão imunes às dúvidas quando confrontados com inconsistências na narrativa corporativa. Além disso, um desrespeitoso blackface.

Ruptura (Severance): Análise do Episódio 3, Temporada 2
Tramell Tillman, de Severance, analisa a cena tensa da pintura de Milchick: “Acho que ele está em um lugar onde está começando a despertar”

Aliás, a atuação de Natalie é notável com aquele sorriso super macabro sugerindo que ela recebeu o mesmo “presente” da Lumon e ficou “muito feliz” de acordo com a mesma. Mas o mais brilhante é como eles não falam por ter ciência que o Conselho da Lumon está ouvindo, na misteriosa caixinha similar a uma Echo Dot! Será que o conselho está em uma nuvem e é uma tecnologia similar às minhas queridas Alexas?

Irving e as Pinturas Enigmáticas

Irving (John Turturro) continua a explorar suas memórias fragmentadas e suas pinturas de corredores escuros. Neste episódio, ele descobre o Hall de Exportações, uma área misteriosa dentro da Lumon que pode estar ligada às suas visões. A conexão entre suas pinturas e esta nova descoberta sugere que Irving pode estar tentando processar traumas ou memórias reprimidas relacionadas às atividades da empresa.

Um dos momentos mais sutis, mas profundamente significativos do episódio, ocorre quando Irving (John Turturro) observa Helly R. (Britt Lower) com desconfiança após ela dizer “We got you” (“Nós te pegamos” ou “Estamos com você”). Essa simples frase carrega uma dualidade intrigante: por um lado, pode indicar que a equipe está unida e que Helly realmente quer ajudar na rebelião contra a Lumon; por outro, pode sugerir que ela ainda está sendo monitorada pela empresa e agindo conforme um roteiro pré-estabelecido. O olhar de

Harmony Cobel e o Mistério de Charlotte Cobel: Segredos do Passado

Harmony Cobel (Patricia Arquette) é vista dirigindo até um local chamado Salt’s Neck, carregando um tubo de respiração e uma pulseira hospitalar com o nome “Charlotte Cobel”. Esta cena sugere uma conexão pessoal profunda que pode explicar sua devoção à Lumon e suas motivações ocultas.

A presença desses itens indica que Harmony pode ter uma parente próxima e nascida em 1944 chamada Charlotte, possivelmente em estado de saúde delicado. Isso poderia explicar sua lealdade à Lumon, se ela acredita que a empresa possui os meios para ajudar Charlotte. Alternativamente, Charlotte pode ser uma versão anterior de Harmony, indicando que ela mesma passou por procedimentos experimentais da Lumon.

Descoberta da Sala das Cabras

Durante uma exploração pelos corredores labirínticos da Lumon, Mark Scout (interpretado por Adam Scott) e Helly R. (Britt Lower) deparam-se com uma área desconhecida. Ao adentrarem o local, são surpreendidos por uma sala repleta de cabras vivas, cuidadas por um funcionário enigmático. A cena, além de surreal, adiciona uma camada de mistério à já complexa trama da série.

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Análise Detalhada da Sala das Cabras

Ruptura (Severance): Análise do Episódio 3, Temporada 2
“O Subsolo é louco demais mermãooo!”

As Cabras e o Funcionário Misterioso

As cabras, aparentemente saudáveis e bem cuidadas, são vistas interagindo pacificamente com o funcionário na temporada 1, lembra-se? Este indivíduo demonstra um comportamento sereno, quase ritualístico, ao desempenhar suas funções. Sua presença enigmática e o cuidado dedicado aos animais adicionam uma camada de mistério e tensão à cena. Mas nesse episódio da segunda temporada, ao entrar pela sala, Mark e Haley adentram por um corredor menor, que lembra uma cena do túnel de Alice no País das Maravilhas e os leva para uma sala cheia de cabras, grama por entre paredes brancas e funcionários pra lá de diferentes de todos que vimos até agora na Lumon!

Ruptura (Severance): Análise do Episódio 3, Temporada 2
Parece sim Alice no País das Maravilhas num mundo distópico!

Ambiente e Estrutura

A Sala das Cabras, após a portinha e corredor à La Alice no País das Maravilhas, apresenta uma arquitetura que contrasta significativamente com o restante da Lumon. Enquanto os outros departamentos exibem um design minimalista e estéril, este possui elementos que remetem a um ambiente mais rústico, quase pastoral. Chega a ser engraçado o ambiente branco corporativo em paredes sem graça, máquinas com comidas e bebidas misturadas com… computador, cabras e grama.

Ruptura (Severance): Análise do Episódio 3, Temporada 2
kkkkkkkkk

Além disso, os funcionários em indumentárias que mesclam roupas corporativas com ternos e gravata e ao mesmo tempo lenços na cabeça que remetem à fazendas – exatamente como nossa Brienne de Tarth aparece. Fora os outros funcionários do setor dos mamíferos, um deles me surpreendeu pois achei que era um baphomet.

Ruptura (Severance): Análise do Episódio 3, Temporada 2
Mas não era um Baphomet, era um trabalhador com estilo duvidoso!

A presença de feno, cercados de madeira e uma iluminação suave cria uma atmosfera que destoa do ambiente corporativo tradicional.

Possíveis Significados e Teorias dos Clones e as Cabras

A introdução da Sala das Cabras gerou diversas especulações entre os espectadores:

  1. Experimentos Científicos ou Biotecnológicos: Considerando a capacidade da Lumon de manipular memórias, é plausível que a empresa também esteja envolvida em experimentos científicos ou biotecnológicos. As cabras poderiam ser objetos de estudo para avanços científicos ou para a produção de substâncias específicas.  Experimentos Genéticos: As cabras podem ser parte de experimentos genéticos da Lumon. Se a empresa manipula memórias, poderia estar envolvida em engenharia biológica?
  2. Simbologia Religiosa ou Ritualística: As cabras possuem um histórico simbólico em várias culturas, frequentemente associadas a sacrifícios e rituais. A presença delas na Lumon pode sugerir práticas ritualísticas ou simbolizar o sacrifício dos funcionários em prol de um bem maior corporativo. Simbologia: As cabras podem representar sacrifício, controle ou os próprios funcionários da Lumon, presos em um sistema explorador.
  3. Metáfora para os Funcionários: As cabras podem representar os próprios funcionários da Lumon, confinados e controlados, vivendo em um ambiente artificialmente construído pela empresa. Essa interpretação reforça a crítica da série às práticas corporativas opressivas e à desumanização no local de trabalho.
  4. Função Oculta: As cabras podem ter uma função essencial oculta dentro da empresa.

    Essas teorias adicionam camadas de complexidade à trama, deixando os espectadores ansiosos por respostas.

    Ruptura (Severance): Análise do Episódio 3, Temporada 2
    Goats, huh? Sei!!

    Gwendoline Christie como Lorne

    A introdução de Gwendoline Christie como Lorne adiciona profundidade e GRANDEZA à série. Conhecida por seu papel como Brienne em Game of Thrones, Christie traz uma presença marcante e inesperada. Ela só faz série complexa! Sua personagem, Lorne, trabalha no Departamento de Nutrição Mamífera e interage de forma enigmática com Mark e Helly, levantando mais perguntas sobre as operações internas da Lumon.

    Comparações com Lost e Teorias Futuras

    A narrativa de Ruptura tem sido comparada a Lost devido aos seus mistérios intrincados e construção de mundo complexa. Ambas as séries envolvem personagens presos em situações enigmáticas, enfrentando dilemas morais e existenciais.

    A escolha do nome “Mark S.” para o protagonista pode ser uma referência a Karl Marx, sugerindo uma crítica às condições de trabalho e à alienação no ambiente corporativo.

    Com Ben Stiller na direção, conhecido por seu trabalho tanto na comédia quanto no drama, a série equilibra momentos de tensão com toques de humor sutil, criando uma experiência única para o espectador.

Impacto na Narrativa e Desenvolvimento dos Personagens

A descoberta da Sala das Cabras serve como um catalisador para o desenvolvimento dos personagens principais. Para Mark, a revelação deste espaço oculto aprofunda sua desconfiança em relação à Lumon e intensifica sua busca por respostas sobre a verdadeira natureza da empresa. Mas a Helly, por sua vez, confronta a estranheza da situação, o que pode levá-la a questionar ainda mais sua própria identidade e o propósito de sua presença na Lumon.

Análise dos Arcos dos Personagens

Mark Scout (Adam Scott):

Neste episódio, Mark enfrenta a turbulência interna decorrente da tentativa de reintegração. Após descobrir que sua esposa, Gemma, está viva e possivelmente envolvida com a Lumon, ele decide submeter-se ao processo de reintegração. Enfim, com a ajuda da sumida ressurgida das cinzas, a Dra. Reghabi, uma ex-cirurgiã da empresa. No entanto, o procedimento não ocorre como esperado, resultando em uma fusão caótica de suas memórias de “innie” e “outie”. RESULTANDO EM UMA CENA FINAL ABSOLUTE CINEMA! Assim, essa experiência levanta questões sobre a viabilidade e os riscos da reintegração. Além disso, aprofunda o dilema de Mark entre descobrir a verdade e proteger sua sanidade.

Helly R. / Helena Eagan (Britt Lower):

A dualidade de Helly torna-se mais evidente à medida que ela lida com a revelação de sua verdadeira identidade como Helena Eagan, filha do CEO da Lumon. Sua luta interna entre lealdade familiar e a busca por autonomia intensifica-se, especialmente após sua tentativa de suicídio no episódio anterior. Helly começa a questionar os verdadeiros objetivos da Lumon e seu papel dentro da empresa, indicando um possível arco de redenção ou rebelião.

Harmony Cobel / Sra. Selvig (Patricia Arquette):

Cobel apresenta um comportamento errático neste episódio, sugerindo um medo crescente das possíveis represálias da Lumon. Ela é vista dirigindo por uma estrada nevada em direção a um local chamado Salt’s Neck, carregando um tubo de respiração e uma pulseira hospitalar com o nome “Charlotte Cobel”. E com data de nascimento de 1944! Ou seja, alguém mais velha que Harmony. Seria sua mãe? Esses elementos insinuam uma conexão pessoal profunda e possivelmente traumática, adicionando camadas à sua personagem e levantando questões sobre suas verdadeiras motivações.

Seth Milchick (Tramell Tillman):

Milchick enfrenta um dilema interno após receber do conselho da Lumon uma série de pinturas que retratam o fundador da empresa, Kier Eagan, como um homem negro. Então é possivel notar que essa revelação abala sua percepção da empresa e de si mesmo. Pois sugere possíveis conflitos internos e uma reavaliação de sua lealdade à Lumon.

Dylan (Zach Cherry):

O episódio oferece um vislumbre da vida de Dylan fora da Lumon. Assim, revela uma existência mais descontraída em contraste com sua personalidade diligente no trabalho. Além disso, uma cena notável mostra seu filho assistindo ao desenho britânico “Danger Mouse”, cuja trama envolve controle da mente, espelhando os temas centrais de “Ruptura”. Essa referência sutil sugere uma intencionalidade dos criadores em conectar elementos da cultura pop com a narrativa da série – OBRIGADA, DEUS!

Análise da Sequência de Abertura

Primeiramente, a sequência de abertura de “Ruptura” é uma obra-prima visual e simbólica que encapsula os temas centrais da série. Desenvolvida pelo designer Oliver Latta, a animação utiliza metáforas visuais para representar a fragmentação da identidade e o controle corporativo. Elementos como engrenagens, corredores intermináveis e figuras sem rosto reforçam a sensação de desorientação e a perda de individualidade.

Além disso, a trilha sonora acompanha a abertura complementa perfeitamente a atmosfera inquietante, com acordes dissonantes e uma melodia repetitiva que evocam a monotonia e a opressão do ambiente corporativo. A transição abrupta para sintetizadores intensos à medida que a animação progride sugere uma escalada na tensão e no conflito interno dos personagens.

Além disso, a sequência de abertura serve como uma introdução temática, preparando o espectador para a exploração das complexas dinâmicas entre controle corporativo e identidade pessoal que permeiam a série. Pois cada elemento visual e auditivo é cuidadosamente orquestrado para criar uma experiência imersiva que ressoa com os temas narrativos de “Ruptura”.

Conclusão: Desvendando os Mistérios da Lumon

Assim, o terceiro episódio da segunda temporada de “Ruptura” aprofunda os mistérios da Lumon Industries. Porque acaba oferecendo revelações que desafiam as percepções dos personagens e do público. A introdução do Departamento de Nutrição Mamífera, a tentativa de reintegração de Mark, as pinturas de Kier Eagan e os segredos de Harmony Cobel enriquecem a narrativa. Assim, levanta questões sobre identidade, controle e a natureza da realidade dentro da Lumon.

Pois espero que à medida que a série avança, esses elementos sejam explorados com maior profundidade, revelando as verdadeiras intenções da Lumon. Assim como o destino de seus funcionários. Afinal, a complexidade da trama e a riqueza dos simbolismos fazem de “Ruptura” uma série que instiga reflexões profundas sobre o mundo corporativo e a condição humana.

Mas para uma análise visual e mais aprofundada sobre este episódio, confira o seguinte vídeo:

CABRAS DA LUMON E A REINTEGRAÇÃO!! Análise RUPTURA Episódio 3 Temporada 2 (+ Teorias)

O Que Esperar dos Próximos Episódios de Ruptura

À medida que a temporada avança, esperamos:

  • Revelações sobre a verdadeira natureza da Lumon: Quais são os objetivos finais da empresa?
  • Exploração das origens dos “severados”: Como a tecnologia de separação de memórias foi desenvolvida?
  • Desenvolvimento das relações entre os personagens: Como as dinâmicas entre Mark, Helly, Irving e Dylan evoluirão?
  • Resolução dos mistérios das cabras e do Departamento de Nutrição Mamífera: Qual é o propósito real desse setor?

A segunda temporada de Ruptura continua a intrigar e cativar, oferecendo uma narrativa rica em detalhes e cheia de reviravoltas. Com atuações fortes, direção habil

Fonte: Juliana Umbelino, estratégia digital, escritora e redatora web

Foto: Apple TV – Divulgação

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Juliana Umbe̊lino

Escritora e social media, atua com revisão e produção de conteúdo para web. Editora e redatora web e SEO para WordPress há mais de 16 anos. É autora publicada pela editora Qualis. Apaixonada por livros, filmes, séries, quadrinhos, teatro e música (principalmente folk, soul e rock'n'roll). É uma nerd raiz, por assim dizer.

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