O Bar Lagoa comemora 85 anos homenageando os seus garçons em um painel
Eles serão retratados em painel com seis metros de largura
O bar Lagoa (1934-2019), comemora 85 anos ( é o mais antigo no eixo Ipanema, Leblon e Lagoa) e para celebrar vai homenagear as maiores autoridades da casa: seus garçons. Eles serão retratados em um painel de seis metros de largura (vide foto), resultado de três meses de trabalho dos chargistas : Miguel Paiva, Aroeira e Gabriel Souza. A inauguração será no dia 28/1, segunda-feira, às 19h. Entrada franca. . Na ocasião a reprodução do painel, será vendida, (medindo um metro de largura, em papel de gravura impressa a Laser (papel Canson 250 gramas), R$ 200,00.
O Bar Lagoa (Av. Epitácio Pessoa, 1674 – Lagoa , Rio de Janeiro, RJ – Telefone 55.21 25 23 11 35), fundado em 1934, quando Ipanema e o Leblon eram lugares isolados, habitados por pescadores. A história do bar se confunde com a do Rio de Janeiro e do Brasil. Construído às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, estilo Art-Déco, inicialmente batizado pelos proprietários alemães como “Bar Berlim” , era freqüentado pela comunidade germânica. Mas teve que mudar de nome durante a Segunda Guerra Mundial, após o bar ser apedrejado por jovens revoltados com o afundamento de navios brasileiros, que diziam ter sido bombardeados por submarinos alemães. Os mais antigos contam que no início, todos os garçons eram estrangeiros e os brasileiro ficavam na cozinha. Depois de muito tempo é que foi dado o direito ao brasileiro de ser garçom no salão. Hoje, a maioria é cearense, dos 48 funcionários, 45 são cearenses.
A memória do bar Lagoa é muito forte porque a maioria dos garçons têm muitos anos de casa, e lá estão eles eternizados no painel: o Chico Barroso, tem 48 anos de Lagoa, e o ofício está passando de geração para geração, pois o seu filho Michael trabalha 21 anos no Lagoa. Zeca Alves tem 43 anos de casa, Alfredinho Gouveia, tem 39 anos, Antonio da Silva Gomes, tem 38 anos, e Francisco Paiva há 37 anos , Francisco Antonio Pessoa, tem 29 anos, Amancio Rodrigues 25 anos.
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O prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional , sobreviveu à uma feroz especulação imobiliária, em uma região residencial de alto luxo, a avenida Epitácio Pessoa (é o único bar no entorno da lagoa). E conserva a sua arquitetura marcada pelo rigor geométrico, predominância de linhas verticais e ângulos retos nas portas. As esquadrias e as luminárias são originais e dão estilo, os mármores encimados por frisos dourados e por espelhos elípticos nas portas e no balcão dos músicos, hoje desativado e não tem Wi-fi. De sua varanda dá para ver o Cristo Redentor e uma muralha de montanhas, negras, azuladas que contornam a lagoa A culinária da casa traz especialidades alemães, o bife à milanesa com salada de batata e espuma de chope é premiada como “Os Melhores do Rio”, e o cardápio é o mesmo há década. O mármore de Carrara, que reveste parte do interior do bar foi trazido da Itália em navios que aportavam em um cais que existia no Canal do Jardim de Alah.
O Lagoa, uma paixão carioca, comemora mais de oito décadas e quem vai ganhar os Parabéns são os seus garçons, que com o tempo passaram a ser amados pelos clientes, são amigos, psicólogos, sinônimo de cordialidade e profissionalismo, as verdadeiras estrelas da casa e razão da homenagem
Reza uma lenda carioca de que o bar Lagoa tem fama de ter os garçons mais rabugentos do Rio. Especula-se que tudo começou com uma figura folclórica pela antipatia, o garçom João Godoy, conhecido como Figueiredo, que trabalhou durante 34 anos na casa. Durante a ditadura Militar, nos anos 1960, um oficial de alta patente adentrou o Bar Lagoa, acompanhado de um cão e sentou-se à mesa e Figueiredo imediatamente, pediu ao militar que se retirasse. Aos berros, o cliente se identificou como coronel do Exército. E Figueiredo retrucou: – O senhor pode ser coronel, mas o seu cachorro não é” .
Fonte: RG Assessoria de Comunicação