Arte e Cultura

Grupo Teatral Mata! apresenta espetáculo sobre a música brega no período ditatorial

Grupo Mata! apresenta seu novo espetáculo “Cafona

No dia 24 de Novembro de 2018, às 20h30, o Grupo Teatral Mata! estreia a sua mais nova montagem no Teatro Studio Heleny Guariba, que fica na Praça Roosevelt em São Paulo.

“Cafona – Ensaio sobre brega, preconceito e violência” é um espetáculo construído a partir de uma intensa pesquisa realizada pelo Grupo Mata! entre os anos de 2016 e 2017, acerca das rádios populares, seus ouvintes, canções e cantores bregas que fizeram sucesso entre as décadas de 1960 e 1970, período em que o Brasil viveu sob um intenso regime militar.

E foi neste período que, com o crescimento das rádios FMs, as rádios AMs acabaram perdendo popularidade. Por terem menor qualidade tecnológica, porém maior alcance territorial, passaram a abarcar sobretudo as camadas mais populares da sociedade e a tocar aquilo que ficou conhecido pejorativamente como “brega”, ou “cafona”.

Como neste período a juventude intelectualizada dava mais atenção aos cantores da MPB e às músicas de protesto, taxando os artistas de músicas românticas de “cafonas” e alienados políticos, surgiu um raciocínio por parte da população que acreditava que  “enquanto a ditadura endurecia o regime, os artistas “cafonas” cantavam para o entorpecimento das massas”. Por isso, a pesquisa do MATA! aborda as contradições do período com a atualidade desse “universo da música brega”, na busca por compreender “o ontem e o hoje” das relações sociais ligadas a esse gênero musical, que continua a fazer sucesso e a lançar artistas.

Muitos artistas cafonas – tidos como “bregas” – estiveram presentes nas temáticas pesquisadas pelo grupo, com destaque para: Diana (que retrata em suas canções a mulher apaixonada, que vez ou outra “pisa” naquele que a desprezou), Amelinha (que trouxe em suas letras o caráter de sonho, de ilusão e fantasia, para a dramaturgia), Odair José (que motivou pesquisas a partir de estereótipos masculinos dotados de um tipo de sex appeal à brasileira: fusão entre o “caipira” e o “roqueiro”), Carmen Silva (mulher negra que rechaçou o estereótipo de cantora de samba para cantar músicas românticas) e Waldick Soriano (o típico boêmio conquistador, aquele que coloca a “mulher comum” como protagonista de suas canções e, ao mesmo tempo, reforça determinados preconceitos e opressões).

“Ao pesquisar as músicas bregas na época da ditadura militar no Brasil, percebemos como a compreensão acerca deste gênero musical até hoje possui inúmeras lacunas. A começar pela diversidade de interpretações entorno da palavra “brega” e dos seus estilos musicais. No norte e nordeste do país o brega está mais próximo do forró e do axé. Já no Sudeste, o brega dialoga mais com o Pop, o Rock e a MPB, definindo-se mais como música de amor ou música romântica. É a partir de uma pesquisa centrada mais no sudeste do Brasil que nosso espetáculo se desdobra. E nessa região as músicas bregas também ficaram conhecidas como “cafonas”, ou seja, um tipo de arte “mal-acabada”, distante de qualquer referência erudita. Uma das abordagens do preconceito sobre o brega começa aí: as músicas cafonas por serem popular e falarem dos “populares” sempre foram discriminadas pelo público e crítica especializadas” – comenta Anderson Zanetti – diretor e dramaturgo.

“Cafona – Ensaio sobre brega, preconceito e violência” possui três personagens centrais, criadas a partir dos estudos acerca dos ouvintes das rádios AMs: a empregada doméstica branca e nordestina; a mulher negra cantora/catadora de papel e o homem trabalhador comum de portaria de prédio, que passa em um concurso público para a Polícia Militar.

Com a abordagem das personagens femininas do espetáculo o grupo propõe também reflexões sobre certas contradições em ser mulher na sociedade de hoje.

“Raimunda, por exemplo, preenche a solidão de sua vida interagindo com pessoas imaginárias, “capazes de fazer coisas maravilhosas” e que conversam com ela através do rádio, seu único companheiro. É por meio dele que ela descobre que a felicidade só aparece “para quem sofre, para quem se machuca, para quem nunca desiste”. Porém, acaba se casando com um policial militar, que não era bem o marido descrito nas histórias de amor do rádio. A peça mostra que para as mulheres, a realidade é bem diferente da ficção”, comenta Vanessa Biffon, atriz de Cafona.

Em “Cafona – Ensaio sobre brega, preconceito e violência” o Grupo Teatral Mata! faz um convite para uma imersão na nostalgia da música brega, seus contrapontos e transita entre o período ditatorial e o atual. Do preconceito à violência de gênero, Cafona reflete sobre temas importantes e sobre a relação dos veículos de comunicação com a população, estabelecida durante todos esses anos.

Sobre o Grupo Teatral Mata!

Em 2014 o Grupo Teatral MATA!, nome dado em homenagem ao primeiro processo de montagem de espetáculo, ganhou o Prêmio do “Programa de Apoio à Cultura do Estado de São Paulo” – “Proac – Primeiras Obras”, com espetáculo guerrilheiro não tem nome, trabalho inspirado na Guerrilha do Araguaia e no livro MATA!, do premiado jornalista Leonêncio Nossa.

Em 2015, o grupo foi contemplado com o edital de circulação do “Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo”, percorrendo inúmeros espaços do Estado de São Paulo.

Agora, o grupo dá continuidade a sua pesquisa, trabalhando novamente com a perspectiva épico-dialética e traçando um paralelo entre a situação do regime militar (instaurado em 1964) e o momento atual, através de um estudo sobre as canções e cantores bregas, e a relação dos ouvintes com as rádios AM’s. O novo espetáculo: Cafona – ensaio sobre brega, preconceito e violência estreia no dia 24 de novembro.

Mais informações em: www.facebook.com/grupoteatralMATA

Ficha Técnica

Direção e dramaturgia: Anderson Zanetti | Atrizes e ator: Gabriela Felipe, Vanessa Biffon e João Alves | Figurino: Cristiane Lima | Cenário: Beatriz Mendes | Trilha Sonora: Danilo Pinheiro | Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini | Iluminação: Leonardo Oliveira

Cafona – Ensaio sobre brega, preconceito e violência

Sinopse: A emissora de rádio toca a música de amor, que contém em si a figura protagônica dos ouvintes e, ao mesmo tempo, o preconceito de gênero, classe e tratamento. O radialista parece ser a “companhia” nos momentos de solidão, e entre um “conselho” e outro vende seus produtos. Duas mulheres, um homem, a opressão transcorre de maneira socialmente naturalizada. Os tempos entre narrativa e palco se misturam. A concatenação fabular desaba e faz aparecer uma realidade social que já não se sustenta. A história do brega, do cafona, da rádio e dos ouvintes se fundem para revelar uma história de privilégios, autoritarismo, racismo, machismo e outras formas de violências físicas e simbólicas.

Estreia: 24 de Novembro de 2018

Temporada: de 24 de Novembro à 09 de Dezembro de 2018

Horários:  Sábados 20h30 / Domingos 19h

Onde: Teatro Studio Heleny Guariba – Endereço: Praça Franklin Roosevelt, 184

Próximo ao Metrô República – São Paulo

Ingressos: Inteira R$20 / Meia R$10

Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini –  lucigandelini@gmail.com

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Rosilene Bejarano

Rosilene Bejarano,nascida em Corumba Ms Digital Influencer, blogueira revista eletrônica Coisas Do Sul, assino para as revistas Egonoticias de Balneário Camboriú, Top Society de Lages, Lithoral News de Itajaí. Palestrante com o tema (Estrutura familiar e mulheres na politica) recebi o titulo de Embaixadora da Paz em 2018, atualmente resido em Joinville Santa Catarina, cursando marketing digital, formada em Hotelaria e excelência em atendimento, sou a Vice presidente da Abramecom (Associação Brasileira de Colunistas Sociais e de Mídia Eletrônica) Recebi o premio internacional de imprensa empreendedora Dr Rey 2017. Premio destaque de Mídia Eletrônica SC da Revista Lithoral News, Premio destaque imprensa revelação SC.

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