Bitcoin nas alturas – Enquanto isso na China ….
Essa semana o bitcoin atingiu novas máximas históricas. A cotação em dólar chegou a US$ 1821 e no Brasil passou a marca dos R$ 6800. Apesar de toda a animação, o cenário na China, o maior mercado por volume transacionado até Janeiro deste ano, ainda está bastante nebuloso. Desde 9 de Fevereiro, as principais casas de câmbio Chinesas de Bitcoin anunciaram mudanças na política de retirada de capital visando aumentar o combate às práticas de lavagem de dinheiro, levando à suspensão da retirada de bitcoins.
O anúncio foi feito dias após uma reunião com o PBOC – Banco Central Chinês, que vê a criptomoeda como uma ameaça de fuga de capital e lavagem de dinheiro.
Um mês após o anúncio, apesar de upgrades terem sido realizados pelas casas de câmbio chinesas em direção ao combate da lavagem e melhor identificação do usuário, tratativas entre elas e o PBOC não avançaram e as retiradas continuaram congeladas. Fato que originou uma migração dos traders para plataformas peer-to-peer e transações presenciais.
Na segunda-feira, dia 22 de abril, um suposto documento oficial que continha “diretrizes de retificação” para as casas de câmbio chinesas vazou e consegue ser visto em um dos maiores portais financeiros da China, o hexun.com . O conteúdo ratifica a busca incessante do PBOC por possíveis transações ilegais envolvendo o bitcoin e cita possíveis inspeções nos sites feitas pelas agências locais do Banco Central Chinês, que pode suceder no encerramento das atividades do site. Abaixo segue a lista de regras exigidas:
- Não se envolver com empréstimo de bitcoin e moedas fiats.
- As taxas de transação não podem ser zero.
- Não realizar lavagem de dinheiro.
- Não violar os requisitos regulamentares relevantes sobre o capital na gestão de divisas.
- Não se envolver com negócios de pagamento ilegal.
- Não se envolver em operações de negócios além do escopo indicado na licença de negócio.
- Não violar a publicidade industrial e comercial e outras leis e regulamentos.
- Não violar leis e regulamentos de títulos e futuros nacionais.
Além disso, é exigido das casas de câmbio informações sobre a atividade financeira, acionistas, capital registrado, volume das operações, taxas e seu modelo de trading de bitcoins. Após análise, o inspetor determina se houve alguma ilegalidade como oferecer empréstimos de margem, negociação de futuros, pagamentos e outros serviços sem autorização e também se a empresa tem um sistema anti-lavagem de dinheiro sólido. Finalmente, é inspecionado as reservas dos clientes e seu uso.
Todavia, 3 meses após o início do imbróglio o processo se arrasta e espera-se que a situação seja regularizada no próximo mês. Algumas das maiores casas de câmbio do país podem ainda ser multadas por não aderirem as medidas anti-lavagem, como é o caso da BTCC, Huobi, e a OKCoin.
É incerto o impacto que esse congelamento terá no preço da moeda, já que a todo momento era possível fazer a conversão de BTC para Yuan e o transtorno para os donos da moeda foi suavizado à medida que o ativo apenas valorizou nesse meio tempo, por outro lado, é capaz que haja uma pressão para venda assim que for a retirada for descongelada, podendo levar a uma queda no preço . O fato é, todos estarão mais tranqüilos ao saber que os negócios voltaram a funcionar corretamente.
Fonte: flowBTC by Eduardo Salvatore