Brasileira aposta em inovação e acolhimento para ampliar segurança pública nos EUA

Brasileira aposta em inovação e acolhimento para ampliar segurança pública nos EUA

A violência doméstica, o abuso infantil e o tráfico de pessoas continuam sendo desafios complexos enfrentados por comunidades nos Estados Unidos. Dados do National Coalition Against Domestic Violence (NCADV) revelam que uma em cada quatro mulheres e um em cada nove homens nos EUA sofrerão algum tipo de violência doméstica ao longo da vida. Já o relatório do Departamento de Justiça norte-americano aponta que mais de 60 mil casos de abuso infantil foram confirmados em 2023, e o tráfico humano segue sendo uma preocupação constante, especialmente entre populações imigrantes.

Diante deste cenário, uma brasileira pretende contribuir com soluções práticas e inovadoras para reforçar a proteção social no país. Jessica Aparecida Sartori de Oliveira Opitz, ex-policial civil no Brasil e especialista em segurança pública, acaba de anunciar a Humanitas Safe, empresa que será sediada na Flórida e terá como foco a oferta de treinamentos culturais e emocionalmente sensíveis, além da elaboração de protocolos de resposta a crises.

A proposta da Humanitas Safe é desenvolver programas multilíngues e culturalmente adaptados para profissionais da linha de frente, como policiais, assistentes sociais, educadores e profissionais da saúde, com o objetivo de capacitar essas categorias na prevenção de abusos e no atendimento humanizado às vítimas.

“O meu objetivo é criar ambientes mais seguros e humanos para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade. A violência muitas vezes está associada à falta de preparo institucional para lidar com vítimas com empatia e eficiência. Quero mudar isso”, afirma Jessica Opitz.

Com formação jurídica e treinamento especializado em investigações criminais, gestão de crises e atendimento a vítimas de violência sexual, Jessica liderou equipes policiais no Brasil, onde também foi responsável por campanhas de prevenção e desenvolvimento de protocolos de segurança pública. Agora, ela quer aplicar essa experiência no contexto norte-americano.

Uma das principais inspirações para a criação da Humanitas Safe é o modelo brasileiro conhecido como “Sala das Margaridas”, espaços acolhedores dentro das delegacias, criados para prestar atendimento humanizado a mulheres e crianças vítimas de violência. Jessica pretende adaptar esse conceito à realidade norte-americana.

“O modelo das “Sala das Margaridas” provou que é possível reduzir a revitimização e oferecer um acolhimento mais eficaz às vítimas. Acredito que podemos aplicar uma metodologia semelhante, respeitando as diferenças culturais e as necessidades específicas de cada comunidade”, explica.

A Humanitas Safe também pretende atuar com campanhas educativas voltadas para mulheres, jovens e grupos em risco, além de oferecer cursos sobre mediação de conflitos, gestão emocional e protocolos emergenciais em escolas, abrigos e organizações comunitárias.

De acordo com a National Network to End Domestic Violence (NNEDV), iniciativas preventivas e baseadas em dados são fundamentais para reduzir a incidência da violência de forma eficaz. Além disso, a escassez de treinamento multicultural e especializado é um desafio frequente nos serviços de apoio às vítimas nos EUA, especialmente em estados com alta concentração de imigrantes.

“É uma lacuna que pretendo ajudar a preencher. A diversidade cultural dos Estados Unidos exige soluções adaptadas, que respeitem a identidade de cada grupo e fortaleçam a rede de proteção social”, ressalta a fundadora da Humanitas Safe, e completa: “Essa é uma missão pessoal. Trabalhei anos no combate à violência no Brasil e sei o quanto um atendimento eficiente pode mudar a vida de uma pessoa. Agora, quero usar tudo o que aprendi para ajudar comunidades aqui nos EUA”, finaliza.

Sobre a profissional:

Jessica Aparecida Sartori De Oliveira Opitz possui sólida formação jurídica e ampla experiência na área de segurança pública. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), com especialização em Direito do Consumidor pela Universidade Anhanguera – Uniderp, foi aprovada no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Em 2017, concluiu o curso de formação da academia de polícia, ampliando sua atuação para a área policial, com ênfase em atividades operacionais e investigativas. Desde então, tem se dedicado à segurança pública, acumulando experiência prática em operações de patrulhamento, policiamento preventivo e investigações criminais. Destaca-se pelo desenvolvimento de competências operacionais voltadas à detecção de crimes, cumprimento de mandados judiciais e realização de ações integradas com outras forças de segurança.

Fotos: Freepik / Divulgação

Tudo isso e muito mais! Redação egonoticias

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