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Ruptura (Severance): Análise do Episódio 2, Temporada 2

Em"Adeus, Sra. Selvig", a série conduz a uma exploração profunda das vidas dos "outies"

No segundo episódio da segunda temporada de Ruptura (Severance), intitulado “Adeus, Sra. Selvig”, a série explora profundamente as vidas dos “outies” — as versões dos personagens fora da Lumon Industries. Esse capítulo se torna essencial para entender as motivações e os conflitos internos que moldam a narrativa. Afinal, ele oferece insights valiosos sobre a dualidade entre identidades profissionais e pessoais.

Leia também: Ruptura (Severance): Análise do Episódio 1, Temporada 2

Resumo do Episódio

Enfim, após os eventos intensos do final da primeira temporada, a Lumon Industries tenta restaurar a ordem e gerenciar as consequências da revolta dos “innies”. O episódio foca nas vidas dos personagens fora do ambiente corporativo, revelando suas lutas pessoais e a influência persistente da empresa em suas rotinas.

Ruptura (Severance): Análise do Episódio 2, Temporada 2

Análise dos Personagens

Mark Scout (Adam Scott)

Fora da Lumon, Mark continua lidando com o luto pela perda de sua esposa, Gemma. A melancolia domina sua vida pessoal, e ele busca distração no trabalho. No entanto, eventos recentes despertam sua curiosidade sobre as verdadeiras intenções da Lumon e o propósito do departamento de Refinamento de Macrodados.

Helly R. / Helena Eagan (Britt Lower)

A revelação de que Helly é, na verdade, Helena Eagan, filha do CEO da Lumon e descendente direta do fundador Kier Eagan, adiciona mais complexidade à personagem. Essa descoberta levanta questões sobre lealdade, identidade e os reais objetivos da Lumon em relação aos seus funcionários.

Harmony Cobel / Sra. Selvig (Patricia Arquette)

Cobel enfrenta uma reviravolta dentro da Lumon. Após receber a oferta de um cargo que a afastaria das operações principais, ela opta por se demitir. Porque o episódio termina com sua partida, possivelmente em busca de novos propósitos ou alianças. Sua saída abre espaço para Milchick assumir mais responsabilidades, consolidando seu papel dentro da hierarquia da Lumon.

Seth Milchick (Tramell Tillman)

Milchick ganha mais destaque neste episódio e se torna o responsável por convencer Mark a retornar ao trabalho. Suas interações carregam tensão, evidenciando sua habilidade em manipular situações com uma fachada amigável, mas intenções de controle.

A Supervisora Infantil: Uma Escolha Inusitada

O episódio apresenta uma supervisora que aparenta ser uma criança, o que desperta diversas interpretações e teorias sobre seu significado na trama.

Possíveis Explicações

  1. Inocência e Autoridade: A presença de uma criança no comando pode simbolizar a dicotomia entre pureza e poder. Isso sugere que a Lumon manipula a percepção de inocência para exercer controle sobre seus funcionários, mascarando intenções autoritárias sob uma aparência frágil.
  2. Experimentos com Idade: Dado o histórico de manipulação da Lumon, há a possibilidade de que a empresa realize experimentos para alterar a idade mental ou física de seus funcionários. A supervisora infantil pode ser resultado de um teste que visa rejuvenescer ou “resetar” consciências.
  3. Personificação da Cultura Corporativa: A Lumon valoriza a obediência cega e a falta de questionamento. Escolher uma criança para uma posição de poder pode indicar que a empresa prefere líderes programáveis, que apenas seguem ordens sem contestação.

Questões a Serem Exploradas:

  • Qual é a verdadeira identidade da supervisora? Ela é realmente uma criança ou um adulto em um corpo infantil?
  • Quais são as implicações éticas de colocar uma criança em uma posição de poder dentro de um ambiente corporativo?
  • Como essa escolha afeta a dinâmica entre os funcionários e sua percepção da autoridade?

A introdução dessa personagem adiciona uma camada adicional de complexidade à narrativa de Ruptura, incentiva os espectadores a questionarem as práticas da Lumon e a natureza da autoridade dentro da empresa.

Temas e Simbolismos

Dualidade e Identidade: A série continua a explorar a dicotomia entre as identidades “innie” e “outie” dos personagens, destacando as complexidades de viver duas vidas distintas e as implicações éticas de tal separação.

Controle Corporativo e Livre Arbítrio: A Lumon é retratada como uma entidade onipresente que exerce controle absoluto sobre seus funcionários. Mas ainda levanta questões sobre livre arbítrio, consentimento e a natureza da autonomia individual no ambiente corporativo.

Devoção e Fanatismo: A figura de Kier Eagan é quase deificada dentro da Lumon, com funcionários demonstrando uma devoção que ultrapassa a lealdade corporativa comum. Pois este fanatismo sugere uma cultura empresarial que se assemelha a uma seita, onde a ideologia da empresa substitui a individualidade.

Ruptura (Severance): Análise do Episódio 2, Temporada 2

Detalhes Técnicos e Easter Eggs

Sequência de Abertura: O episódio apresenta uma nova sequência de abertura, criada pelo designer vencedor do Emmy, Oliver Latta. Então, preste a atenção! Afinal, a animação é rica em simbolismos, utilizando metáforas visuais para representar a fragmentação da identidade e o controle corporativo. Aliás, elementos como engrenagens, corredores intermináveis e figuras sem rosto reforçam os temas centrais da série.

Referências Sutis: Há uma referência ao criador da série, Dan Erickson, através de um easter egg que alude ao seu tempo trabalhando em uma fábrica de portas. Enfim, este detalhe adiciona uma camada meta-narrativa, conectando a experiência pessoal do criador com a narrativa da série.

Ruptura (Severance): Análise do Episódio 2, Temporada 2

Teorias e Especulações

Projeto Cold Harbor: O termo “Cold Harbor” é introduzido como um projeto significativo dentro da Lumon. Pois sua relação pode ser com o departamento de Refinamento de Macrodados. Assim como pode ter relação com experimentos envolvendo Gemma. Afinal, a importância de Mark para este projeto é enfatizada, sugerindo que sua presença na empresa é mais do que uma coincidência.

Manipulação de Consciências: As interações entre os “innies” e “outies” levantam questões sobre a natureza da consciência e a ética da manipulação mental. Além disso, a Lumon pode explorar maneiras de controlar ou modificar as personalidades de seus funcionários. Para alcançar objetivos corporativos específicos, apagando memórias ou implantando novas identidades conforme necessário.

Ruptura (Severance): Análise do Episódio 2, Temporada 2

Conclusão

Então, o segundo episódio da segunda temporada de Ruptura aprofunda a exploração das complexas dinâmicas entre os personagens e a Lumon Industries. Afinal, as revelações sobre as verdadeiras identidades e motivações dos protagonistas, juntamente com os temas de dualidade, controle e devoção, enriquecem a narrativa. Além disso, preparam o terreno para os desdobramentos futuros da série. Mas à medida que a trama avança, os espectadores são convidados a questionar as implicações éticas e filosóficas das práticas da Lumon e a refletir sobre a natureza da identidade e da liberdade no contexto corporativo.

Fonte: Juliana Umbelino, estratégia digital, escritora e redatora web

Foto: Apple TV – Divulgação

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Juliana Umbe̊lino

Escritora e social media, atua com revisão e produção de conteúdo para web. Editora e redatora web e SEO para WordPress há mais de 16 anos. É autora publicada pela editora Qualis. Apaixonada por livros, filmes, séries, quadrinhos, teatro e música (principalmente folk, soul e rock'n'roll). É uma nerd raiz, por assim dizer.

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