Saúde e Bem-Estar

Rede dá voz às mulheres vítimas de violência

Iniciativa no Instagram encoraja denúncias de assédio e importunação

Rede dá voz às mulheres vítimas de violência

Com a chegada do Carnaval, junto com a folia, há um aumento no número de casos de importunação sexual. Desde 2018, a prática é considerada crime, com pena de 1 a 5 anos de prisão. De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Brasil registra, em média, 52 denúncias de importunação sexual por dia. Em 2023, esse número cresceu 28,5%, totalizando 8.100 casos.

Depois de passar por um episódio de importunação sexual, a empresária Fernanda Alves decidiu ajudar mais mulheres a terem coragem de denunciar. Em maio de 2024, ela criou a rede de apoio no Instagram “Hora de Falar”. “O objetivo do projeto é dar voz a mulheres que sofrem qualquer tipo de violência. Na página, além de desabafar, as vítimas podem obter informações sobre o assunto e como proceder após qualquer tipo de violência”, explica Fernanda.

Pesquisa

Mesmo com leis mais rígidas e punições mais severas, o Brasil ainda registra aumento nos números de casos de violência doméstica. De acordo com dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, há uma piora nos indicadores e a violência contra a mulher está em alta no país. As modalidades de violência observadas pelo estudo incluíram homicídio e feminicídio, agressões em contexto de violência doméstica, ameaça, perseguição (stalking), violência psicológica e estupro. Assim, totalizadas, as violências atingiram 1.238.208 de mulheres em 2023.

De acordo com Fernanda Alves, ela criou a página “Hora de Falar” por perceber que, assim como ela, muitas outras mulheres vítimas de violência também têm dificuldade de falar sobre o assunto e buscar justiça. Além disso, muitas vezes, essas mulheres nem reconhecem o fato como crime.

 “Vivi na pele essa dor e tive que enfrentar várias fases desse processo para finalmente entender que fui vítima e que era crime. A partir desse momento, percebi que não se tratava só de mim. Quantas mulheres ainda estão sofrendo caladas por terem passado por situações parecidas ou piores?”, desabafa Fernanda. Após se engajar no projeto, ela decidiu estudar Serviços Sociais.

Sobre o projeto

O “Hora de Falar” encoraja mulheres a não normalizarem os crimes de assédio e importunação, frequentemente considerados de baixo potencial ofensivo para o abusador, mas que deixam marcas profundas nas vítimas. “Entender que isso é crime e denunciar pode impedir que outras mulheres sejam feitas vítimas,” conclui Fernanda.

Confira a página do projeto:

https://www.instagram.com/horadefalaroficial?igsh=MXJxb2F0N2g1NTduYg==

Foto: Mariana Aguiar

Assessoria de imprensa: Maria Pericás

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Cristina Aguilera

Cristina Aguilera é jornalista com pós graduação em Mídias na Educação pela Universidade de São Paulo (USP) . Foi repórter de tv, rádio, revista, assinou colunas de Turismo e Moda. É co autora do livro “ A educação contada pela imprensa” junto com Cesar Callegari. Adora moda, turismo, educação, literatura, designer e cultura.

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