Turismo

Nossa história guardada em servilha

A história dos brasileiros, a nossa memória, está intrinsicamente ligada ao mar e à navegação.

Nossa história guardada em servilha. A história dos brasileiros, a nossa memória, está intrinsecamente ligada ao mar e à navegação.

Nas palavras do Professor Pablo Perez-Mallarin, da Universidade de Sevilha, as embarcações eram verdadeiros microcosmos e transportavam não somente pessoas e produtos, mas também ideias, palavras e culturas.

Ter acesso aos registros do período das grandes navegações é fundamental para entendermos a sociedade em que vivemos, o nosso comportamento e o modo como interagimos.

Ao mergulhar em nossa história, podemos exercer uma saudável visão crítica e independente do mundo atual.

Pátio Central do Arquivo Geral das Indias
Pátio Central do Arquivo Geral das Indias – Foto Maria Medeiros

Por esta razão, ao passar por Sevilha, sugiro incluir uma visita ao Archivo General de Índias.

O prédio está localizado exatamente ao lado da Catedral e do Real Alcázar, destinos turísticos tradicionais.

Poucos brasileiros que passam pela cidade sabem que o Arquivo Geral das Índias alberga um verdadeiro tesouro de dados, relatos e documentos de cinco séculos de história.

São 43 mil documentos originais, convertidos em 80 milhões de páginas.

Além de uma coleção de 8 mil mapas e projetos que registram a memória de três continentes.

Tudo está criteriosamente registrado, catalogado e conservado.

É o único arquivo do mundo declarado pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade.

Trata-se de um belíssimo edifício cuja construção iniciou-se no Século XVI.

Somente a partir de 1789 começou a funcionar como Arquivo Geral das Índias.

Reunindo toda a documentação sobre a administração das colônias espanholas até então existente, mas dispersa em outros arquivos do pais.

A boa notícia é que, em nosso tempo, a tecnologia facilitou o “Mapa da Mina”.

Por meio do Portal de Arquivos Espanhóis, cujo endereço é pares.mcu.es, você tem acesso a todos os documentos que já foram digitalizados.

O que não estiver digitalizado poderá ser solicitado por e-mail, pagando uma pequena taxa pelas cópias.

Na semana passada, resolvi visitar o Arquivo. Subi a escadaria de mármore malaguenho, me encantei com a decoração das abóbadas.

Percorri calmamente seus salões, apreciei a beleza de suas estantes de mogno e observei com cuidado os bustos, quadros e objetos permanentemente expostos.

Visitei também a exposição temporária sobre os projetos das revitalizações pelas quais passou o edifício.

Nossa história guardada em servilha
Estantes do Arquivo Geral das Indias – Foto: Maria Medeiros

No entanto, como turista e não como pesquisadora, tive a sensação que faltava algo para tornar essa visita mais impactante.

Creio que a tecnologia que foi fundamental para permitir a digitalização e divulgação dos documentos, poderia ser igualmente uma aliada para permitir maior interação entre o visitante e o universo de informação ali existente.

Ao meu ver, poderia ser uma experiencia emocionante, não somente para nós, turistas brasileiros, mas também para turistas americanos, mexicanos ou argentinos.

Encontrar, à primeira vista e de forma destacada, documentos tais como o primeiro mapa do Rio Mississipi, da Cidade do México, da Louisiana, do Vice- Reino do Rio da Prata, entre outros documentos de conhecida relevância para nossa história.

Imagens que nos transportassem àqueles tempos e que nos fizessem perceber, clara e diretamente, o forte vínculo entre a Espanha e o nosso Continente, sem que sejamos um especialista ou pesquisador.

Nossa história guardada em servilha
Fachada Arquivo Geral das Índias – Foto Maria Medeiros

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Foto da Capa: Maria Medeiros

Redação Ego Notícias

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