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Neuropsicologia na Primeira Infância

É preciso compreender as relações entre o funcionamento cerebral e os comportamentos observáveis, com especial atenção às funções cognitivas, emocionais e sociais.

Neuropsicologia na Primeira Infância

A Primeira Infância – compreendida desde a gestação até os seis anos de idade – é um período crucial para o desenvolvimento humano. Nesse estágio, o cérebro infantil passa por um processo intenso de formação de conexões neurais, influenciado tanto por fatores genéticos quanto ambientais. Como neuropsicóloga com experiência em avaliação e intervenção clínica, especialmente em casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e atrasos no desenvolvimento, reconheço assim, a importância de abordagens integradas entre saúde e educação, com suporte em evidências científicas.

A Neuropsicologia Infantil busca compreender as relações entre o funcionamento cerebral e os comportamentos observáveis, com especial atenção às funções cognitivas, emocionais e sociais. De fato, quando aplicada à Primeira Infância, essa ciência torna-se uma ferramenta essencial para identificar precocemente alterações no desenvolvimento e propor estratégias terapêuticas eficazes, respeitando a plasticidade cerebral desse período.

Duas abordagens terapêuticas ganham destaque nesse contexto: a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e a Análise do Comportamento Aplicada (ABA). Por outro lado, ambas fundamentam meu trabalho atual e contribuem significativamente para a melhoria da qualidade de vida de crianças e famílias.

Neuropsicologia na Primeira Infância
Neuropsicologia na Primeira Infância – Foto Freepik – Divulgação
Terapia Cognitivo-Comportamental na infância: foco em prevenção e fortalecimento emocional

A Terapia Cognitivo-Comportamental, abordagem que estou aprofundando por meio de especialização, é amplamente reconhecida por sua eficácia em crianças, inclusive nas faixas etárias mais precoces. A TCC busca modificar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais, promovendo habilidades de enfrentamento, regulação emocional e resolução de problemas.

Estudos demonstram que a aplicação precoce da TCC pode prevenir o agravamento de sintomas ansiosos e depressivos, especialmente em crianças expostas a ambientes adversos. Por exemplo, na prática clínica, utilizamos recursos lúdicos e adaptados à linguagem infantil para desenvolver vínculos terapêuticos e alcançar objetivos de maneira concreta e acessível.

Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo e Atrasos no Desenvolvimento

A ABA (Applied Behavior Analysis), abordagem na qual também estou em processo de especialização, é considerada padrão-ouro no tratamento de crianças com TEA e outros transtornos do neurodesenvolvimento. Bem como, fundamentada nos princípios do behaviorismo, a ABA utiliza reforçamento positivo e análise funcional do comportamento para promover o aprendizado de habilidades adaptativas.

De acordo com o relatório do National Autism Center (2015), as intervenções baseadas em ABA são eficazes para melhorar comunicação, habilidades sociais, autocuidado e desempenho acadêmico em crianças com TEA, especialmente quando iniciadas na Primeira Infância. É por isso que a integração entre avaliação neuropsicológica e aplicação de ABA é tão poderosa: ela permite traçar intervenções precisas e individualizadas, respeitando o perfil de cada criança.

Na interface entre saúde e educação, o papel do psicólogo e do neuropsicólogo é também o de orientar profissionais da educação infantil e familiares, promovendo práticas inclusivas e ambientes que favoreçam o desenvolvimento global da criança. Ou seja, isso é especialmente relevante quando pensamos na Primeira Infância como uma janela de oportunidade: segundo dados da UNICEF (2022), cada dólar investido em programas de desenvolvimento infantil retorna, em média, sete dólares em benefícios sociais e econômicos futuros.

Conclusão

Atuar com Neuropsicologia na Primeira Infância exige sensibilidade, conhecimento técnico e uma abordagem colaborativa. Então, ao unir as contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental e da Análise do Comportamento Aplicada, conseguimos oferecer respostas mais eficazes às demandas da infância, promovendo desenvolvimento saudável e maior inclusão social. A ciência nos mostra que intervir cedo, com base em evidências, é o caminho mais ético e eficiente para transformar vidas.

Conheça a autora:

Raphaela Santos Neves é psicóloga, graduada pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), com especialização em Neuropsicologia Clínica pelo Instituto Paranaense de Terapias Cognitivas (IPTC). Sobretudo, possui formação complementar em Primeira Infância: Saúde e Educação, além de Neurociências Aplicadas à Educação.

Com seis anos de experiência profissional, atua com foco em avaliação neuropsicológica e intervenção psicológica, desenvolvendo sólida expertise na avaliação e reabilitação de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa experiência foi especialmente consolidada durante sua atuação como Psicóloga Clínica no Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual (CER II) da UNIVALI.

Na sua carreira foi reconhecida como Especialista em Neuropsicologia pelo Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-SC). Atualmente, aprofunda seus estudos nas especializações em Terapia Cognitivo-Comportamental (IPTC) e em Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo e Atrasos no Desenvolvimento, pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).

Fotos: Freepik / Divulgação

Por: Raphaela Santos Neves

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