Narrativas que Prendem: Por que Ruptura e Yellowjackets Comovem Fãs?
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Narrativas que Prendem: Por que Ruptura e Yellowjackets Comovem Fãs?
Se tem algo que um bom roteirista entende, é que uma grande história não apenas entretém – ela prende, inquieta e deixa cicatrizes na mente do espectador.
Mas poucas séries fazem isso tão bem quanto Ruptura e Yellowjackets. Afinal, elas não só jogam mistérios no colo do público – elas envolvem. Pois provocam a audiência e deixam perguntas que não saem da cabeça.
Então, qual será a fórmula secreta dessas narrativas viciantes? Primeiramente, vamos explorar os truques de roteiro, cinematografia, psicologia e estrutura narrativa que fazem dessas séries verdadeiros fenômenos.
1. O Poder do Mistério: Por Que Não Responder Tudo de Uma Vez?
Se você já terminou um episódio e sentiu uma urgência desesperadora por respostas, parabéns: seu cérebro foi hackeado por um roteirista habilidoso. Mas por que será?
Isso acontece por causa do Efeito Zeigarnik, um fenômeno psicológico descoberto em 1927 pela psicóloga soviética Bluma Zeigarnik. Porque nosso cérebro fixa melhor informações inacabadas do que as que têm um desfecho completo. Desta forma, fica evidente que um mistério bem construído se torna quase um vício mental.
🔪 Como isso funciona em “Yellowjackets” e “Ruptura”?
- Episódios semanais – Ao contrário das maratonas da Netflix, lançar um episódio por semana cria discussões, teorias e antecipação. É o que fez Lost e Game of Thrones se tornarem fenômenos culturais.
- Narrativas fragmentadas – As séries escondem peças da história e liberam informações lentamente, manipulando nossa curiosidade.
- Cliffhangers brutais – Quando um episódio termina no auge do conflito, o público fica obcecado.
💡 Conclusão: A tensão de esperar e não saber é um dos maiores motores narrativos do nosso cérebro – e essas séries sabem explorar isso com maestria.
2. “Ruptura”: A Distopia que Parece um Pesadelo Real
Primeiramente, imagine poder dividir sua vida em duas partes/personalidades. Desta forma, no trabalho, você não lembra da sua vida pessoal. Em casa, não faz ideia do que faz no emprego.
Assim é a premissa de Ruptura. Afinal, ela não é só aterrorizante. Pois consegue nos trazer para um cenário que é um medo moderno universal: ser apenas uma peça insignificante em um sistema maior.
🎬 Arquitetura e Estética: O Escritório como Vilão
O design de produção é um dos maiores trunfos da série. Além disso, a Lumon Industries é um labirinto minimalista e opressor, inspirado no modernismo brutalista. O prédio real usado na série é o Bell Works, projetado por Eero Saarinen. Mas na tela ele ganha um visual quase de pesadelo.
- Corredores infinitos – A sensação de aprisionamento é ampliada pelos planos simétricos e desorientadores.
- Paleta de cores opressiva – O branco estéril e os tons frios reforçam a ideia de um mundo sem vida.
- Influências de Kubrick – Assim como 2001: Uma Odisseia no Espaço, a série usa arquitetura como ferramenta narrativa para amplificar o desconforto.
Leia também: Ruptura (Severance): Análise do Episódio 1, Temporada 2
🧠 Psicologia de “Ruptura”: Por Que Isso Nos Assusta Tanto?
A série explora conceitos psicológicos profundos:
- Despersonalização e dissociação – A ideia de que uma parte de nós pode ser “desligada” remete a distúrbios psicológicos reais.
- A ilusão de controle – Na vida real, já somos “duas pessoas”: uma no trabalho, outra em casa. Ruptura só leva isso ao extremo.
- Crítica ao capitalismo corporativo – A série joga na cara o lado mais desumano do trabalho moderno.
💡 Conclusão: Ruptura é perturbadora porque não parece tão distante da nossa realidade.
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3. “Yellowjackets”: O Horror Primitivo Dentro de Nós
Se Ruptura explora o medo de perder a individualidade, Yellowjackets nos lembra de que, no fundo, somos todos selvagens esperando a hora de emergir.
A série mistura terror psicológico, drama adolescente e um suspense quase sobrenatural ao contar a história de um time de futebol feminino que sofre um acidente de avião e fica preso na selva por 19 meses.
🎬 Estrutura Narrativa: Como o Passado e o Presente Criam Tensão
A grande sacada de Yellowjackets é contar a história em duas linhas temporais simultâneas:
✔ O passado – A luta pela sobrevivência e a lenta degradação da moralidade do grupo.
✔ O presente – As sobreviventes tentam seguir suas vidas, mas os traumas e segredos continuam assombrando-as.
📌 Exemplo real: Essa técnica foi usada em True Detective, onde eventos do passado e do presente se entrelaçam para revelar segredos aos poucos.
🔪 Psicologia de “Yellowjackets”: O Que a Série Nos Faz Encarar?
- Psicologia da sobrevivência – A série retrata com realismo os estágios psicológicos de quem enfrenta uma tragédia.
- Memória reprimida e trauma coletivo – Muitas vítimas de tragédias reais bloqueiam memórias para sobreviver emocionalmente.
- A monstruosidade dentro de nós – A série sugere que todos nós temos um lado sombrio, apenas esperando uma oportunidade para emergir.
💡 Conclusão: Yellowjackets nos assusta porque nos força a perguntar: até onde eu iria para sobreviver?
Conclusão: O Que as Narrativas de Ruptura e Yellowjackets Nos Ensinam Sobre Narrativas Viciantes?
- Segredos e mistérios mantêm o público engajado – Efeito Zeigarnik em ação!
- O terror real é o que mais nos assusta – Porque nos reconhecemos nele.
- Arquitetura e estética também contam histórias – O espaço físico pode ser tão opressor quanto um vilão.
Ambas as séries são brilhantes porque não subestimam a inteligência do público. Elas nos fazem refletir, discutir e, acima de tudo, sentir.
💡 Agora me conta: qual dessas séries te prendeu mais?
Fonte: Juliana Umbelino, estratégia digital, escritora e redatora web
Foto: Pexels
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