Maurício Cid, do “Não Salvo”, é exemplo de sucesso na web

Maurício Cid é, atualmente, o principal blogueiro da internet brasileira. Mais do que isso, é alguém que conseguiu transformar um hobby em profissão e se destacar nisso. Aos 27 anos, o paulista pode ser considerado um empresário de sucesso com um portal de 23 blogs que gera, em média, 27 milhões de acessos ao mês.

Com o Não Salvo, seu carro chefe, integrou a lista de 2012 das 100 pessoas mais influentes do Brasil feita pela Época. Culpa da sua capacidade de fazer um simples vídeo transformar-se em um fenômeno.

Natural de Santos, produz conteúdo na web há pelo menos dez anos – no início, sempre como passatempo. Suas primeiras experiências foram no Orkut, a praticamente falecida rede social do Google. Com um perfil fictício, tinha cerca de 1.000 comunidades, que somavam 5 milhões de pessoas. Lá, postava textos e outras peripécias humorísticas. Até que, em 2008, teve sua conta deletada por “uso indevido” da rede social.

Maurício Cid

“Fiquei meio frustrado por ter um conteúdo que considerava legal, mas que foi deletado porque alguém julgou que era errado. Por isso, resolvi criar um espaço que não pudesse ser deletado, algo meu. Foi mais ou menos daí que surgiu o Não Salvo”, conta.

O blog foi criado no final daquele ano como uma brincadeira. Cid, que estava infeliz retocando fotos de revistas na empresa onde trabalhava, viu a oportunidade. Aos poucos, o número de visitas aos sites cresceu e, com elas, o número de anunciantes que o procuravam.

Chegou um momento em que para estava ganhando o mesmo que em seu emprego, embora se dedicasse apenas duas horas para abastecer o blog. Decidiu arriscar. “Pensei que, se dedicasse mais tempo a isso, talvez conseguisse ganhar mais. Acabou dando certo.”

Da mesma forma para ara quem pensa em ganhar dinheiro com produção de conteúdo para internet, ele logo avisa: “é igual a jogador de futebol, apenas uns 2% tornam isso profissão”. E o caminho até o topo é árduo. Cid passa o tempo que está acordado conectado à web. Acorda com o notebook ao lado. Antes de dormir, checa os e-mails no celular. Mas está longe de achar isso ruim – trabalha com o que gosta, é dono do seu negócio e os números não param de crescer.

Troca justa

Os “fiéis leitores”, como são chamados, passam um bom tempo navegando no site, onde sugerem boa parte do conteúdo postado no site. Cid, que recebe cerca de 2 a 3 mil e-mails por dia com essas dicas. Basta gerar alguns risos no blogueiro e está publicado. Esse é o crivo editorial. Não gostou do que ele acabou de mostrar? Talvez você esteja no lugar errado.

“Não penso se vai fazer sucesso ou não. Vou pelo meu gosto. Se deixar, fico seis meses sem olhar audiência. Meu termômetro é o engajamento. Assim também vejo se as pessoas estão curtindo no Facebook, tuitando algum post. Gerar mais cliques não quer dizer nada”.

Isso orienta também os anunciantes: o que interessa agora é quem vai, de fato, interagir com a marca. E um telefone no escritório do Não Salvo não para de tocar.

“Só faço publicidade com o que é relevante para os leitores do Não Salvo, que tem de 17 a 25 anos. Procuro selecionar apenas marcas que possam gerar algum tipo de interesse para eles”, explica.

Quando percebeu a dimensão de seu site, reconheceu que havia temas que ele não conseguiria abordar. Ao invés de perder público, criou a Não Salvo Network, com 23 blogs que abordam desde pérolas das redes sociais até cinema e televisão. A próximas empreitadas são um blog de celebridades e um de esportes, aproveitando a onda da Copa 2014. Ainda diz que, em breve, revelará alguns projetos maiores.

Fotos: Reprodução  pessoal / Instagram

Fonte: gq.globo.com
Assessoria Imprensa

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