A importância de prevenir o câncer de mama
Tratar a doença no estágio inicial contribui para um tratamento bem-sucedido.

A importância de prevenir o câncer de mama
Falar sobre câncer de mama nunca é fácil. Mas é necessário e, eu diria, mais: é urgente. Apesar de todos os avanços da medicina, o câncer de mama continua sendo o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e em grande parte do mundo. A boa notícia é que, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura chegam a mais de 90%. Por isso, entender a importância da prevenção e do tratamento no estágio inicial da doença pode literalmente salvar vidas.
Prevenir o câncer de mama não significa garantir que ele nunca vá acontecer, afinal, infelizmente, ainda não temos como impedir totalmente o surgimento da doença. Mas existem formas comprovadas de reduzir o risco, e isso começa por hábitos que fazem bem para o corpo como um todo, como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente, evitar o consumo excessivo de álcool, não fumar e controlar o peso corporal, especialmente após a menopausa.
Além disso, a prevenção também passa pelo que chamamos de “detecção precoce”, ou seja, identificar alterações nas mamas antes mesmo de surgirem sintomas visíveis. Isso é feito principalmente através da mamografia — um exame de imagem que deve ser realizado, como regra geral, a partir dos 40 anos de idade, ou antes, caso haja histórico familiar da doença.

O que muda quando o câncer é descoberto no início
Quando o câncer de mama é diagnosticado em sua fase inicial, as chances de tratamento bem-sucedido aumentam consideravelmente. Nessa etapa, os tumores costumam ser menores, com menor chance de terem se espalhado para outras partes do corpo. Isso permite tratamentos menos agressivos, com menos efeitos colaterais, melhor recuperação e maiores possibilidades de preservação da mama.
Muitas pacientes, ao receberem o diagnóstico precoce, conseguem tratar a doença com cirurgias conservadoras, como a quadrantectomia (remoção de apenas parte da mama), e até mesmo evitar quimioterapia, dependendo do tipo e do comportamento do tumor. Além disso, o impacto emocional e físico tende a ser menor, e a retomada da rotina ocorre de forma mais rápida e segura.
Não espere o outubro rosa para cuidar da sua saúde
A campanha do Outubro Rosa é fundamental para chamar atenção para o câncer de mama, mas o autocuidado e a atenção com a saúde não podem se limitar a um único mês. A mamografia de rotina, o acompanhamento médico regular e o conhecimento do próprio corpo — inclusive com o autoexame, que, apesar de não substituir os exames de imagem, pode ajudar na percepção de alterações suspeitas — devem ser práticas permanentes na vida da mulher.
Vale lembrar que o câncer de mama também pode acometer homens, ainda que em menor proporção. Por isso, qualquer alteração suspeita deve ser investigada, independentemente do gênero.
Cuidar da saúde é um ato de amor próprio
Como médica oncologista, acompanho de perto as histórias de superação, coragem e força das mulheres que enfrentam o câncer de mama. E, em quase todos os casos de sucesso, há um fator em comum: o diagnóstico precoce. Por isso, a mensagem que deixo é simples, mas forte: cuide-se. Faça seus exames, conheça seu corpo, não adie sua consulta. Sua saúde precisa ser prioridade.
Porque quanto antes descobrimos, maiores são as chances de vencer. E vencer o câncer de mama começa com informação, prevenção e ação.
Conheça a autora:
Thais Karla Vivan é médica formada pela Universidade de Cuiabá (UNIC), com residência em Cirurgia Geral pela Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul (FUNSAU-MS) e em Mastologia pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS-DF). Possui pós-graduação em Cirurgia Minimamente Invasiva (Laparoscopia) pela Universidade Positivo, em Curitiba. Atua como cirurgiã no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2021, atualmente no Hospital Regional de Sobradinho, referência em trauma no Distrito Federal, onde também é preceptora da residência em Cirurgia Geral. É mastologista em instituições privadas de destaque nacional e internacional, além de ser Oficial Médica do Exército Brasileiro, com mais de dois anos de experiência em Cirurgia Geral.
Com mais de sete anos de atuação nas áreas de trauma e cirurgia, é membro da Sociedade Brasileira de Mastologia e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Desenvolve pesquisas na área de câncer de mama, com artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais.
Fotos: Freepik / Divulgação
Por: Thais Karla Vivan
Tudo isso e muito mais! Redação egonoticias
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