Arte e Cultura

Ruptura (Severance) Ensina Sobre Narrativa, Psicologia e Muito Mais!

e se seu eu do trabalho nunca tivesse um momento de descanso?

O Que Ruptura (Severance) Nos Ensina Sobre Narrativa, Psicologia e a Sociedade Moderna?

Você Escolheria Viver Assim?

Imagine que você entra no trabalho e, ao cruzar a porta, sua mente reseta. Desta forma, você esquece completamente quem é fora dali: sua família, seus amigos, suas memórias. Então, quando o expediente termina, o processo se inverte: você sai da empresa e esquece completamente tudo o que fez no trabalho.

Assim, para quem odeia segunda-feira, isso pode parecer um sonho. Mas e se essa divisão não fosse opcional? Além disso, e se seu eu do trabalho nunca tivesse um momento de descanso?

📌 Essa é a premissa de Ruptura (Severance), série da Apple TV+, criada por Dan Erickson e dirigida por Ben Stiller.

Mas Ruptura vai muito além de uma distopia intrigante. Pois ela nos ensina lições poderosas sobre livre-arbítrio, cultura corporativa e identidade. Usando uma narrativa precisa, uma estética opressiva e uma construção de mundo impecável.

📌 Neste artigo, você vai descobrir:

  1. Como a série usa arquitetura, cinematografia e design para manipular nossas emoções
  2. As conexões psicológicas e filosóficas que tornam Ruptura tão impactante
  3. O que a série ensina sobre controle social e o futuro do trabalho

Então, seja bem-vindo ao escritório da Lumon Industries. Afinal, você está pronto para sua “ruptura”?

O Poder do Visual: Como a Série Usa Estética para Criar Sensação de Aprisionamento

📌 Ruptura não depende apenas do roteiro para criar tensão. A série usa cenografia e design de produção para gerar um sentimento constante de aprisionamento e alienação.

🔹 A arquitetura como ferramenta narrativa

  1. Os corredores da Lumon Industries são longos, brancos e vazios, como um labirinto sem saída.
  2. Não há janelas ou referências externas, criando uma sensação de desconexão com o mundo real.
  3. As salas são simetricamente organizadas, dando a ideia de que os funcionários são apenas peças de uma engrenagem maior.

🔹 O uso estratégico das cores

Tons de verde pálido e cinza dominam o ambiente, transmitindo frieza e controle.
As roupas dos personagens refletem sua falta de individualidade – todos usam o mesmo uniforme impessoal.
O contraste entre o mundo externo e interno ressalta o isolamento da vida dentro da Lumon.

💡 O que aprendemos com isso?
A estética de um ambiente pode influenciar diretamente nossas emoções e percepção da realidade.
A arquitetura pode ser usada como uma ferramenta de manipulação psicológica.

🔹 Exemplo no mundo real:
As grandes empresas de tecnologia criam espaços de trabalho ultra-controlados, com iluminação específica e layout pensado para influenciar produtividade e comportamento.

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A Dualidade do Ser: Quem Somos Quando Nossa Memória é Dividida?

📌 O conceito central de Ruptura é a divisão entre “Innie” (sua versão do trabalho) e “Outie” (sua versão da vida pessoal).

Esses dois “eus” são independentes, sem compartilhar memórias, o que cria um dilema filosófico e psicológico profundo:

O Innie nunca sai do trabalho – ele não tem descanso, lazer ou vida pessoal.
O Outie nunca trabalha – ele simplesmente confia que seu outro eu está fazendo o necessário.

🔹 Por que isso nos incomoda tanto?

Porque nos faz questionar o que define nossa identidade – somos uma soma de memórias ou algo mais?
Pois nos força a pensar sobre alienação no trabalho – quanto de nós mesmos sacrificamos para sermos produtivos?
Porque nos lembra que, no fundo, muitos de nós já vivemos versões mais sutis dessa ruptura no dia a dia.

💡 O que aprendemos com isso?

Nossa identidade não é fixa – ela muda com o ambiente e as circunstâncias.
O trabalho pode nos transformar em versões reduzidas de nós mesmos, focadas apenas em tarefas repetitivas.

🔹 Exemplo no mundo real:
A separação entre “vida pessoal” e “vida profissional” nunca foi tão difícil quanto na era do home office e da cultura da produtividade extrema.

Controle Social e Cultura Corporativa: O Que Ruptura Diz Sobre o Futuro do Trabalho?

📌 Ruptura não é apenas uma história de ficção – é uma metáfora brutal sobre o controle corporativo e os limites do livre-arbítrio no ambiente de trabalho.

  1. A Lumon Industries trata seus funcionários como propriedade da empresa.
  2. A comunicação com o mundo externo é rígida e limitada.
  3. Os empregados são ensinados a amar seu trabalho incondicionalmente, sem questionamentos.

🔹 Por que isso é tão relevante?
✔ Porque empresas reais já tentam influenciar nossa identidade – desde dress codes até “cultura da empresa”.
✔ Porque o conceito de trabalho como identidade é algo cada vez mais questionado por novas gerações.

💡 O que aprendemos com isso?
O trabalho pode ser importante, mas não deve definir quem somos completamente.
O controle absoluto sobre a vida profissional pode ser um perigo para a liberdade individual.

🔹 Exemplo no mundo real:
Empresas como Amazon e Tesla já foram criticadas por monitoramento excessivo de funcionários, mostrando como o controle corporativo pode ir longe demais.

Por Que Ruptura É Um Aviso Para o Mundo Moderno?

📌 Ruptura não é só uma série de ficção – é uma reflexão sobre o mundo em que vivemos e para onde estamos indo.

  1. Ela nos faz questionar até que ponto vale a pena separar vida pessoal e profissional.
  2. Ela nos lembra que o ambiente ao nosso redor pode moldar nossa percepção de realidade.
  3. Ela nos alerta sobre os perigos do controle corporativo sobre a identidade individual.

E então, o que poderia ser mais assustador? Pois é de se pensar que talvez já estamos vivenciando versões menos explícitas dessa realidade.

Mas e aí, você aceitaria a oferta da Lumon Industries?

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Fonte: Juliana Umbelino, estratégia digital, escritora e redatora web

Foto: Divulgação

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Juliana Umbe̊lino

Escritora e social media, atua com revisão e produção de conteúdo para web. Editora e redatora web e SEO para WordPress há mais de 16 anos. É autora publicada pela editora Qualis. Apaixonada por livros, filmes, séries, quadrinhos, teatro e música (principalmente folk, soul e rock'n'roll). É uma nerd raiz, por assim dizer.

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