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Russian Doll: a dramédia da Netflix que acertou no roteiro

Russian Doll é uma série original da Netflix e possui uma narrativa um tanto quanto peculiar. Se você já assistiu o filme “O Feitiço do tempo” (1993), provavelmente vai entender a premissa dessa narrativa. No filme, o protagonista acorda sempre no mesmo dia. Até o clássico seriado “Arquivo X” (1993-2003) brincou com esse conceito no episódio “Monday”. Já em Russian Doll, a protagonista acorda no banheiro da sua festa de 36 anos após morrer de maneiras estranhíssimas e super divertidas. Ou seja, como ela morre de formas variadas, é possível explorar traços e situações cômicas nesses cenários.

Nadia

A protagonista falece por qualquer motivo! Há mortes óbvias, como fatalidades bem peculiares e mortes causadas por pura falta de controle, noção ou atenção. Cada ciclo tem duração diferente, alguns duram apenas segundos e outros duram dias.

Russian Doll: a dramédia da Netflix que acertou no roteiro
Imagem: reprodução

Caso não saiba, Russian doll é aquela boneca russa com formato cilíndrico, feitas de madeira. Representam fertilidade, maternidade, amizade e amor. Ao abrir uma boneca, acha outra e outra, até finalmente chegar na última, que não tem abertura. O que ilustra a dramaturgia, que vai se abrindo em camadas, mais profundas a cada renascimento de Nadia, que segue tentando aprender novas lições para evitar voltar ao ponto zero.

Enredo

Contudo, por mais que soe repetitivo, quando ela morre com Alan (Charlie Barnett, que você pode reconhecer de Chicago Fire), a série toma um novo fôlego e fica muito mais interessante. A partir daí o título começa a fazer mais sentido, mostrando que há uma Nadia nova a cada morte. Não menos cínica, mas talvez mais real. A princípio Alan e Nadia não entendem a ligação entre ambos, mas descobrem de formas fortes que um dos motivos da sua conexão vem de uma necessidade muito profunda de procurarem ajuda e serem ajudados.

Imagem: reprodução

Além disso, o enredo, que em um primeiro momento pode parecer irritante, se mostra cheio de reviravoltas inteligentíssimas, acompanhado de uma trilha sonora de arrebentar. Aliás, Nadia Vulvokov (Natasha Lyonne, a Nicki de Orange Is the New Black) acorda sempre ao som de Gotta Get Up (Harry Nilsson), fora Crimson and Clover ao fundo.

Roteiro

Atenção ao roteiro que é super bem escrito e apresenta as nuances de forma muito inteligente. Sempre há conexões entre os personagens e locais revisitados por Nadia e Alan. Quando achamos que encontramos respostas, surgem mais dúvidas.

Mas o final da temporada mostra que a série não se trata de uma comédia, apenas. A série apresenta seu lado emocional tocante, mostra claramente questões de saúde mental e mostra seu lado mais sombrio, cômico e bem dosado. Para bons observadores, é uma série que fala sobre nunca ir embora nem deixar o outro para trás, pois ele pode estar passando por maus bocados que nosso preconceito nos cega. É uma série sobre não abandonar o próximo.

Imagem: reprodução

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Natasha Lyonne

Além de ser protagonista, Natasha é também co-criadora da comédia, ao lado de Amy Poehler (Parks and Recreation) e Leslye Headland. De acordo com a Netflix, a série foi vendida como uma série de três temporadas. Ou seja, apesar do final redondinho, pode saber que mais temporadas vem por aí.

Aliás, a série vai além de um entretenimento para arrancar risadas. Além de ser uma comédia, a trama flerta com o drama. Vários aspectos são retratados com delicadeza, sutileza e outros nem tanto. Então entre uma risada ou outra, o telespectador pode levar alguns socos na cara.

Além disso, a média de duração de cada episódio é de 30 minutos e foi um sucesso com a crítica. Que tal maratonar? Pois são 8 episódios que trazem vários tipos de sentimentos à tona!

FotosDivulgação / Arquivo Pessoal

Fonte: Juliana Umbelino
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