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Iniciativa quer dar mais visibilidade às escritoras latinas

Leila Vilhena - Foto Divulgação

Proposta “Ocupação Beauvoir” foi selecionada para ocorrer este ano na Argentina e busca colaboradoras em diferentes áreas

Para combater a desigualdade de gênero no mercado editorial latino-americano, o projeto “Ocupação Beauvoir”, da ativista Leila Vilhena, que vive em Poços de Caldas (MG) aprovado nesta segunda-feira (28) pela5ª Convocatória de Inovação Cidadã, vai criar uma plataforma de incentivo e ativismo político-cultural para dar visibilidade às produções literárias de mulheres em toda América Latina.

Promovida pela Secretaria-Geral Íbero-americana (Segib), a seleção de projetos recebeu centenas de propostas e selecionou apenas 10 que devem ocorrer neste ano de 2018 em Rosário, na Argentina.

O site Ocupação Beauvoir servirá como ponto de encontro virtual entre artistas e atividades de toda América Latina. Através dele, leitoras de qualquer lugar do mundo poderão compartilhar experiências.

“Teremos uma comunidade de mulheres que irá trabalhar na visibilidade e valorização desta produção das mulheres na literatura e nas artes a partir dos espaços públicos e virtuais com diferentes dispositivos e instalações culturais.

Livros – Foto Divulgação

O projeto trabalhará com uma série de coletivos de Rosário e de Santa Fé que exigem mais visibilidade e participação feminina no mundo artístico e cultural destas cidades”, destacou a publicitária Leila Vilhena.

Na prática

Na prática, a proposta da “Ocupação Beuavoir” é criar um ambiente virtual que agregue cartazes, pôster e stiker de diversas artistas do mundo sob a temática das mulheres na literatura.estimulando assim não só um debate em torno das desigualdades de gênero no mercado editorial, mas também facilitar e estimular a atuação de mulheres na militância contra estas desigualdades.

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As artes gráficas interativas que comporão o site da ocupação e que estarão disponível gratuitamente para download e impressão poderão ser utilizadas para ocupação e sinalizações de espaços urbanos em qualquer comunidade do mundo.

“Desta forma esperamos fomentar o ativismo político-cultural, integrando elementos do design, da literatura e da internet.

Com o uso das mídias locativas faremos de cada cartaz fixado nos muros das cidades, uma porta de acesso à literatura feita por mulheres, já que em todo o material disponibilizado terá um código digital que utilizado pelo transeunte, o levará direto a página no site, da escritora homenageada no pôster, com informações e textos da mesma.

Na Ocupação Beauvoir, qualquer mulher, seja ela integrante de movimentos institucionalizados ou ativista sem filiação com alguma organização, poderá encontrar um pôster ou cartaz para representar suas lutas locais.

A cada arquivo baixado, a cada muro ou parede estampada com referências de escritoras, suas obras e sua vida, esperamos gerar uma provocação simbólica: conquistar nas ruas, o espaço negado às mulheres no mercado editorial.

Desta maneira diremos ao mundo: leia mulheres!”, destacou a publicitária Leila Vilhena.

 Seletiva de equipe

Após selecionar o projeto, a Secretaria-Geral Íbero-americana abriu uma chamada pública para selecionar colaboradores para os 10 projetos aprovados, entre eles, o “Ocupação Beauvoir”.

Os interessados podem se inscrever até o próximo dia 24 de junho.

O projeto prevê uma equipe formada apenas por mulheres, entre elas, desenvolvedoras web, pesquisadoras, jornalistas, designers e ilustradoras.

Os colaboradores participação junto com os proponentes de uma imersão entre os dias 9 e 21 de outubro de 2018, em Rosario, Argentina para desenvolver e colocar o projeto em prática.

O projeto custeia a alimentação e estadia dos participantes. As passagens devem ser pagas pelos colaboradores, ou, por empresas parceiras, que poderão ter sua logomarca agregada à divulgação do projeto.

As inscrições podem ser feitas através do site do projeto.

Sobre Leila Vilhena

Leila Vilhena é uma ativista social e fundadora da ONG Casa da Árvore. Milita desde 2007 pela democratização do acesso ao conhecimento e às tecnologias digitais, como estratégia para a redução das desigualdades sociais.

Sob sua gestão a ONG recebeu vários prêmios de inovação para seus projetos, tais como prêmios FINEP e FBB de Tecnologia Social, prêmio ARede.Edu e Inovação e Criatividade na Educação Básica (Ministério da Educação – Brasil).

Em seu trabalho de mestrado se dedicou a compreender as possibilidades de diálogo entre a literatura e a cultura digital, sendo seu trabalho premiado em primeiro lugar no Prêmio Internacional Peter Murany de Educação em 2017.

Leila ainda cursou o diplomado em Literatura Infanto Juvenil pela Corporação Viva Lectura, chile e especialista em Cidades e empreendimentos criativos pela Universidade de Córdoba – Argentina.

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