Fortalecer laços comerciais entre EUA e Brasil é uma oportunidade estratégica
O fortalecimento das relações econômicas entre os Estados Unidos e o Brasil é essencial para impulsionar o comércio bilateral, estimular investimentos e promover o desenvolvimento sustentável. O Brasil é a nona maior economia do mundo, com um PIB que totalizou R$ 3 trilhões em valores correntes, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Além disso, o país é o segundo maior parceiro comercial dos EUA na América Latina, respondendo por cerca de 2,4% das exportações norte-americanas em 2023, conforme dados do Departamento de Comércio dos EUA. Porém, apesar do potencial expressivo, muitas empresas americanas enfrentam dificuldades ao tentar operar no Brasil devido à sua complexa estrutura regulatória e fiscal.
Panorama econômico: Brasil e EUA
O alto PIB brasileiro consolidou sua posição como um dos principais mercados emergentes. Já os Estados Unidos, com um PIB superior a US$ 25 trilhões, continuam sendo um dos principais destinos de exportações brasileiras. De fato, os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) apontam que, em 2023, os EUA foram o segundo maior destino das exportações brasileiras, representando 11,2% do total.
Do lado americano, o Brasil é um mercado relevante, especialmente para setores como tecnologia, agronegócio, energia e infraestrutura. Inclusive, um relatório do Departamento de Comércio dos EUA destaca que mais de 14 mil empresas americanas têm operações no Brasil, demonstrando a profundidade dos laços econômicos existentes.
Por que é importante fortalecer o comércio bilateral?
O fortalecimento das relações comerciais pode gerar um aumento significativo nas exportações de ambos os países. Enquanto os Estados Unidos encontram no Brasil um mercado para seus produtos de alto valor agregado, o Brasil tem potencial para ampliar a exportação de commodities e produtos industrializados. Além disso, o fluxo de investimentos entre os dois países promove inovação e geração de empregos.
Outra questão é que, em um cenário global marcado por incertezas, fortalecer a parceria entre os dois países oferece estabilidade para ambas as economias. Afinal, a diversificação de mercados e investimentos mitiga riscos geopolíticos e econômicos, tornando as cadeias de suprimento mais resilientes.
Além disso, a colaboração econômica incentiva a transferência de tecnologia e boas práticas entre os dois países, especialmente em áreas como energias renováveis, infraestrutura e inovação. Em outras palavras, projetos conjuntos podem acelerar o desenvolvimento de soluções sustentáveis e competitivas globalmente.
E, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o fortalecimento do comércio bilateral tem também, potencial para criar milhares de empregos diretos e indiretos. É comprovado que empresas brasileiras que exportam para os EUA tendem a crescer, aumentando suas contratações e impulsionando a economia local.
Desafios e soluções
Apesar do potencial, os laços comerciais entre Brasil e EUA enfrentam desafios significativos, como a complexidade tributária brasileira, barreiras tarifárias e não tarifárias, e diferenças regulatórias. O relatório Ou seja, “Doing Business”, do Banco Mundial, posiciona o Brasil entre os países mais desafiadores em termos de facilidade para fazer negócios, ocupando a 124ª posição no ranking de 190 economias.
Entendo que uma solução viável é a ampliação de acordos de facilitação de comércio e investimentos. O Acordo de Comércio e Cooperação Econômica (ATEC), por exemplo, já estabelece bases para a cooperação bilateral, mas há espaço para negociações mais robustas, incluindo um possível acordo de livre comércio em setores estratégicos.
Veja alguns setores com maior potencial de cooperação:
Tecnologia e Inovação: O ecossistema de startups no Brasil, combinado com o know-how tecnológico dos EUA, cria oportunidades de colaboração em inteligência artificial, fintechs e indústria 4.0.
Energias Renováveis: Ambos os países têm potencial para liderar a transição energética global. O Brasil, com sua matriz energética limpa, e os EUA, com sua capacidade de inovação, assim, podem desenvolver soluções sustentáveis para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
Agronegócio: Enquanto o Brasil é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo, os EUA possuem tecnologias avançadas para melhorar a produtividade e a sustentabilidade no campo.
Conclusão
Em suma, fortalecer os laços comerciais entre Brasil e Estados Unidos vai além de uma oportunidade econômica, é uma necessidade estratégica para ambas as nações. Ao superar barreiras regulatórias e criar um ambiente mais propício para negócios, os dois países podem explorar todo o potencial de sua parceria, promovendo crescimento e inovação.
Sobre a autora:
Com mais de 12 anos de sólida experiência na área jurídica, Liliana de Lima Soares se destaca na elaboração e condução de casos para empresas e indivíduos, com especialidade em Direito do Trabalho. Sua trajetória profissional é marcada pela habilidade em conduzir negociações sensíveis, mediar acordos e atuar em casos trabalhistas com foco nos empregados, frequentemente a parte mais vulnerável na relação de emprego.
Liliana é bacharel em Direito pela Faculdade Integrada de Pernambuco (FACIPE), Recife/PE, onde adquiriu uma formação jurídica abrangente, com foco em diversas áreas do Direito, tanto na esfera judicial quanto na extrajudicial. Complementando sua formação acadêmica, possui uma pós-graduação em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Faculdade Joaquim Nabuco, também em Recife/PE.
Fotos: Freepik / Divulgação
Por: Liliana Soares
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