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Ford e seu futuro veículo autônomo de entregas

Sua encomenda chega através de um veículo autônomo e um robô a leva até sua porta.

Ford e seu futuro veículo autônomo de entregas, um carro sem motorista e um robô sem cabeça.

Pesquisadores da Ford estão trabalhando em um maneira de vencer a última etapa em uma entrega de encomenda, “o problema dos últimos 15 metros”. Se um veículo de entrega autônomo chegar à sua casa, sem seres humanos a bordo, quem irá carregar o pacote, as sacolas ou a pizza bem quentinha até a sua porta? Um robô, é claro, poderia realizar bem esta tarefa e sem necessidade de gorjeta.

No caso da Ford, a solução encontrada é o “Digit”,  um androide com duas pernas semelhantes a cegonha, braços capazes de transportar uma carga de 18kg e uma câmera incrustrada no torso com sensor de radar a laser em forma de disco.

Fonte: Ford Motor Co
Digit : Foto: Ford Motor Co

As entregas sem motoristas é ainda mais atraente do que a própria robótica e potencialmente mais fácil de executar. Por um lado, não há necessidade de se preocupar com a segurança dos passageiros e a ascensão das compras online transformou a entrega de encomendas em um enorme nicho de negócios. A Amazon gastou US $ 27 bilhões em custos de entregas em 2018.

Apenas eliminando o motorista humano nesta equação e os custos de entrega cairão 60% ou mais, por volta de US $ 16 bilhões ou mais.

Segundo o diretor de controles e automação da pesquisa avançada da Ford, Craig Stephens,  a Ford gostaria de implantar os robôs de entrega “Digit” já em 2021, juntamente com sua frota de veículos autônomos para transportar pessoas e encomendas 24 horas por dia. “Vamos ter uma frota de AVs por aí, e meu objetivo é fazer com que os robôs possam estar lá e prontos ao mesmo tempo” disse Stephens.

Como os seres humanos reais reagirão a essa entrega, o androide é uma parte fundamental da pesquisa da Ford, que está apenas começando e incluirá testes do mundo real dentro das fábricas da Ford e nas calçadas de Dearborn Michigan e Pittsburg. “para mim o “Digit” parece realmente muito amigável”, disse Stephens. “A aparência inofensiva será fundamental para que as pessoas possam confiar em um robô” conclui Stephens.

O androide “Digit” foi criado pela Agility Robotics, uma startup com menos de 30 pessoas, com sede em Albany, Oregon. O chefe do escritório de tecnologia “Jonathan Hurst” disse que não viu ninguém reagir negativamente ao encontrar “Digit” ou seu antecessor, que era apenas um par de pernas tipo pistão, presas a uma seção central motorizada.

“Muitas pessoas nos perguntam: “Isso não é assustador?”, disse Hurst. “Há um pequeno grupo de pessoas que ficam longe”, disse ele, “e começam a filmar com seus celulares”.

Embora o design possa evoluir, Hurst não vê necessidade de dar uma cabeça ao robô de entrega da Ford. Na verdade, ele se pergunta se isso não poderia assustar mais as pessoas. “Se parece muito próximo de um animal ou de um humano, mas não está exatamente lá, as pessoas ficam imediatamente revoltadas com isso”, disse Hurst. “E nós não precisamos fisicamente de uma cabeça para as nossas necessidades atuais de percepção”.

Robo de entrega da FedEx : Foto: FedEx
Robo de entrega da FedEx : Foto: FedEx

Outros estão mexendo com robôs de entrega, nem todos humanoides. A Anybotics e a gigante alemã de autopeças  Continental demostraram um conceito robótico de entrega de cães na Consumer Eletronics Show deste ano. A Segway mostrou um dispositivo de entrega que se parece com uma copiadora de escritório móvel, e a FedEx está testando um robô que pode subir escadas e carregar até 45kg. Os Starships Robots, que parecem tropas de assalto com seis rodas, são implantados em várias cidades ao redor do mundo, de acordo com a startup sediada em São Francisco e na Estônia. E Postmates, que está pesquisando mercearia autônoma com a Ford, tem um robô de entrega fofinho conhecido como “Serve” com olhos arregalados como o “Wall-E” da Pixar, junto com quatro rodas grandes.

A Ford está preocupada que os correios de robôs com rodas sejam bloqueados por degraus da frente das varandas das maiorias das casas nos Estados Unidos. O “Digit”, por comparação, pode subir degraus e erguer os braços para se pegar em uma queda. Seus minúsculos pés, solados em borracha corrugada, podem atravessar concreto, grama, madeira e cascalho.

A decisão da Ford de ir com duas pernas, em vez de rodas, veio com a ajuda de pesquisadores da Universidade de Michjgan. “Nosso mundo é projetado para nós – bípedes”, disse Sephens. “Então, há uma atração inerente a um robô bípede.”

https://www.youtube.com/watch?v=WHWciIxNK2c

Outra vantagem é o design leve do “Digit”. Em vez de equipá-lo com um conjunto completo de sensores e processadores, o “Digit” obtém a maior parte de sua capacidade de computação do veículo autônomo da Ford. Os mesmos sensores que permitem a navegação de um carro autônomo serão usados para scanear o caminho até a porta e direcionar a rota para o robô.

Depois que o “Digit” deixa o pacote na varanda ou o entrega ao destinatário, ele volta para a van de entrega, dobra-se em um quadrado compacto e desliza em uma gaveta que serve como uma estação de encaixe. O processo parece algo como um filme dos “Transformers”.

O cenário da varanda suburbana –  “o caminho do jardim até a porta da frente”,  como diz Stephens – não será o único caso de uso. A Ford e a Agility planejam testar cenários urbanos que envolvem acesso a prédios de apartamentos sem a ajuda de um porteiro.

A princípio, no entanto, haverá um papel para os ajudantes humanos. “não vamos implantá-los aos milhares e substitui todas as pessoas que fazem o trabalho imediatamente”. Disse Hurst.

Para a Ford, especializada em veículos comerciais, a entrega sem motorista tem um enorme potencial. A montadora calculou o valor potencial do mercado de entrega de robôs e entrega sem motorista em US $ 332 bilhões. “A oportunidade de negócio é grande”, disse Stephens. “Os robôs serão necessários”.

Foto de Capa: Divulgação – Ford Motor Co

Fonte: Bloomberg by  Keith Naughton

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Carlos Alberto Alonso

Nascido em São Paulo-SP - Brasil. Formado em Economia pelas FMU, tendo atuado em empresas de 1ª linha como: The First National Bank of Boston, Grupo Bunge Born, Valmet Oi, Citrosuco Paulista S/A, Brahma e AmBev, atualmente atuando como trader no mercado forex. 

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