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Deivison Kellrs da banda Torpedo encarnou


Cantor que morreu neste domingo após luta contra câncer de fígado era ídolo da vibrante cena brega pernambucana. Músicas eram diálogos sobre despedidas, traições e relações difíceis; relembre. Deivison Kellr no clipe de ‘Como a culpa é minha’, da banda Torpedo
Reprodução / YouTube
Todo mundo chora nos comentários dos clipes da banda Torpedo no YouTube – seja para lamentar e desejar força ao vocalista Deivison Kellrs, que lutava contra um câncer no fígado desde 2017, ou para falar sobre as histórias sofridas das músicas.
Deivison Kellrs, que foi vocalista da banda de brega pernambucana Torpedo, morreu neste domingo (19), aos 30 anos.
O ex-garçom, com a saúde debilitada pelo câncer, causava uma mobilização de fãs e de outros astros do brega pernambucano para ajudá-lo no tratamento, após ele falar sobre a doença, no meio de 2017, e aparecer publicamente fragilizado.
Desde “Como a culpa é minha”, do fim de 2011, a “Fase ruim”, de 2017, os sucessos da Torpedo foram diálogos tristes sobre amor entre Deivison e a cantora do grupo (primeiro, Thayara Andreza, e depois Francyne Roper, que a substiuiu em 2016).
Com essas histórias e o som que renovou a força do brega pernambucano, eles cativaram fãs, influenciaram outros artistas atuais e conquistaram fãs por seu estado e pelo Brasil – ainda mais com a expansão do batidão romântico do Nordeste pelo resto do país.
‘Como a culpa é minha’ (2011)
A música que marcou a carreira de Deivison e da Torpedo tem uma longa história de sucesso, que ainda continua. É uma canção angolana, do cantor de R&B Anselmo Ralph. Faz parte de uma trilogia de faixas do artista africano.
A terceira parte da tal trilogia foi descoberta pela Torpedo e regravada, com a supreendente conversa por telefone sobre traição acrescentada pelos brasileiros. Assim nasceu “Como a culpa é minha”.
A música fez tanto sucesso até hoje que ajudou a impulsionar a carreira de outro fenômeno recente do Nordeste, o cantor de arrocha Devinho Novaes. Ele a regravou com o acréscimo da expressão “oi nego” e garantiu um hit atual pelo país. Mas quem emplacou bem primeiro foi a Torpedo.
‘Castigo’ (2012)
A Torpedo voltou com nova conversa sobre sofrimento por causa de traição, mas agora quem chora mais é a vocalista Thayara. Deivison desta vez não perdoa, e ainda incentiva: “Chora amor, para ver se tu comove o meu coração”.
‘Diz na minha cara’ e ‘Me deixa’ (2012/14)
Aqui há um clima mais poético e ponto de vista mais feminino. “Diz na minha cara” e “Me deixa” estão no time das músicas da Torpedo com ponto de vista feminino, da mulher traída.
Há algumas da banda em que Deivison nem canta, mas aqui ele entra só para admitir que andou em falta com a mulher, que mesmo assim não perdoa.
‘Ausência’ (2016)
Esta é a primeira música com a atual vocalista do grupo, Francyne Roper, e tem vídeo gravado logo depois de sua entrada.
Entre os sucessos do grupo, é o que vai mais longe no modelo de conversa entre casal, em uma discussão complicada em que os dois personagens explicam seus motivos e suas dores.
Deivison começa reclamando sobre o abandono, e ainda diz:
“Que ele te faça bem, coisas que eu não soube fazer / Mas a sua atitude foi uma traição, o certo era você pedir a separação”
Francyne não sai de vilã:
“Eu me sentia tão sozinha, triste / Abandonada, porque eu tinha um namorado que era o mesmo que nada / Nunca estava presente, quando eu precisava”, explica.
‘Fase ruim’ (2017)
“Isso é só uma fase ruim, não acabe com a gente assim”, pede Deivison no seu último hit. O batidão romântico acabou ganhando outro significado após ele falar sobre o tratamento do câncer.
Entre os comentários principais no YouTube estão: “Você vai sair dessa, guerreiro tenha fé.” e “Deivison não nos deixe”.
Como se não bastasse, o baixista da banda Torpedo, Duda Bass, morreu em novembro de 2017 após um AVC. Francyne Roper chorou no palco ao dar a notícia para os fãs. Menos de um ano depois, a banda também perdeu seu cantor.
Fonte: http://g1.globo.com/dynamo/pop-arte/rss2.xml

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