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Entenda como a China está acabando com pagamentos em dinheiro vivo

A China está, rapidamente, deixando de lado o dinheiro em papel, com praticamente todas as pessoas nos principais centros urbanos usando smartphones para quase tudo. Alipay e WeChat são as duas tecnologias dominantes em uso no país e estão ofuscando, quase que totalmente, o dinheiro como opção em pagamentos.

Foto: Divulgação -marketing - interactive.com
Foto: Divulgação -marketing – interactive.com

Vendedores ambulantes e grandes lojas já optam por pagamentos nestes aplicativos, sendo que até mesmo moradores de rua e músicos que se apresentam pela cidade já possuem seus próprios QR codes. “Tornou-se o modo de vida padrão agora”, diz o analista de pesquisa da IDC, Shiv Putcha, ao jornal “The New York Times“. “Literalmente, todos os negócios e marcas na China estão conectados a este ecossistema”.

Três anos atrás, todos ainda usavam dinheiro em papel, mas a transição para os pagamentos digitais aconteceu rapidamente. De acordo com a empresa de consultoria iResearch, em 2016, os pagamentos móveis na China representaram cerca de US$ 5,5 trilhões. O resultado equivale a 50 vezes o mercado de US$ 112 bilhões dos Estados Unidos.

Responsáveis pelo WeChat e a Alipay , a Tencente e a Ant Financial, respectivamente, coletam dados dos usuários e cobram tanto os consumidores, quanto as companhias que vendem seus serviços. Como resultado, as receitas com “outros serviços” no último trimestre de 2016 da Tencent foram triplicadas na comparação com o mesmo período de 2015, chegando a US$ 940 milhões. Assim como a Ant Financial, a companhia deve ultrapassar a Mastercard e a Visa no total de transações diárias em 2018.

Algumas faculdades em cidades como Tianjin já permitem aos estudantes pagar todas as suas despesas, da matrícula à alimentação, com seus smartphones, fazendo até mesmo com que as identificações físicas se tornassem obsoletas. A projeção é de que, se implementadas em todo o país, estas estratégias permitiriam às instituições economizar cerca de US$ 44 mil por ano com custos de produção dos cartões e US$ 1,4 milhão por ano com a perda anual destes cartões.

Os pagamentos digitais pelos smartphones também estão sendo usados para melhorar o acesso à saúde na China e reduzir consideravelmente o tempo de espera nas clínicas. Os pagamentos móveis são parte do projeto de “finanças verdes” liderado pelo governo chinês. Os meios de pagamento que dispensam o dinheiro em papel são estimulados por sua eficiência. De acordo com projeções do Banco Mundial, empresas e governos poderão reduzir suas despesas em até 75% com os programas de pagamento digital.

A China, em especial, está bastante receptiva à transição por diversas razões. Entre elas, pelo fato de boa parte da população não ter conta em bancos – cerca de 12% de todos os adultos sem conta corrente no mundo estão na China –, por um baixo índice de uso do cartão de crédito e a falta de sistemas de classificação de crédito. Ao mesmo tempo, o cheque é algo obsoleto em todo o país, restando aos meios de pagamento digitais a maior disponibilidade.

Foto de Capa: Divulgação – Tecnologia-IG  – Shutterstock

Fonte: Tecnologia – iG

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Carlos Alberto Alonso

Nascido em São Paulo-SP - Brasil. Formado em Economia pelas FMU, tendo atuado em empresas de 1ª linha como: The First National Bank of Boston, Grupo Bunge Born, Valmet Oi, Citrosuco Paulista S/A, Brahma e AmBev, atualmente atuando como trader no mercado forex. 

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